Alexandre de Carvalho, de 34 anos, desapareceu no mar do Leme, na Zona SulArquivo Pessoal
'Difícil de acreditar', desabafa irmão de barraqueiro desaparecido no mar do Leme
Alexandre de Carvalho, de 34 anos, ajudou uma jovem que estava se afogando, mas sumiu no mar logo em seguida
Rio - O Corpo de Bombeiros segue com as buscas ininterruptas pelo barraqueiro Alexandre de Carvalho, de 34 anos, que desapareceu no mar do Leme, na Zona Sul, há cinco dias. Nesta quinta-feira (20), o porteiro Maurício de Carvalho, de 43 anos, irmão da vítima, esteve na praia para acompanhar de perto a procura.
Ao DIA, Maurício contou que Alexandre trabalhava em uma barraca próximo ao Posto 1 há cerca de quatro anos e, entre a noite de sexta (14) e madrugada de sábado (15), havia um luau na praia. Por volta das 4h20, Géssica Nascimento, de 23 anos, começou a se afogar e o barraqueiro pulou na água para ajudá-la. O homem conseguiu levá-la até as proximidades da areia, mas ele desapareceu. A jovem foi encaminhada ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e recebeu alta na terça-feira (18).
"Ele era muito de ajudar. Até nos arredores, o pessoal de outras barracas adoravam ele. Era muito prestativo, todo mundo gostava muito dele. Fica uma sensação terrível. Quando a gente tem um corpo presente, acho que nos sentimos mais aliviados. Por poder dar um enterro digno, se despedir... A gente fica com uma angústia, é difícil de acreditar. Qualquer hora, a gente pensa que ele pode aparecer aqui, mas fica difícil", desabafou Maurício.
O porteiro ainda disse que esperava ter sido procurado pela família de Géssica, mas não teve contato até então. "Não sei... Achei que alguém pudesse nos procurar para dar um apoio, um agradecimento... Mas não sei, às vezes estão com receio, talvez nem sejam aqui do Rio de Janeiro", lamentou.
Nesta quinta-feira, militares do Corpo de Bombeiros buscaram Maurício em casa e o levaram para a Praia do Leme, onde acontece a procura por Alexandre. Os agentes também estão percorrendo as praias do Flamengo, Copacabana, Ipanema, Arpoador e Leblon. Além dos mergulhadores, estão sendo utilizados drones, helicópteros, scanners, motos-aquáticas e barcos infláveis. Caso não haja novidades, o irmão da vítima retorna ao Leme no sábado (22) para acompanhar o trabalho dos bombeiros.
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