Por luis.araujo

Rio - A volta para casa nesta terça-feira ficou muito complicada depois que um acidente interditou a Linha 2 do metrô por mais de quatro horas seguidas. Na Central, quem tentava ir para a Zona Norte do Rio se viu no meio de um verdadeiro caos, sem saber se era melhor optar pelos trens da SuperVia ou pelos ônibus comuns, todos superlotados. O trajeto, que normalmente é feito em uma hora, dobrou de tempo.

Tudo começou por volta das 15h30, quando um caminhão-baú perdeu o controle na Avenida Martin Luther King Jr, derrubou um portão de ferro (que era o único vão no muro que cerca a linha férrea no local) e foi parar nos trilhos, entre as estações de Inhaúma e Engenho da Rainha. Um homem identificado como Fábio Pereira, de 36 anos, morreu no local e outras duas pessoas, identificadas como João B. Fortunato e José Heron V. Fonseca, de 59 anos, ficaram feridas. Eles foram encaminhados para o Salgado Filho, no Méier, e, até o fechamento desta edição, não havia informações sobre o estado de saúde deles. O acidente interditou parcialmente a Avenida Martin Luther King Jr e deixou o trânsito bem congestionado na região.

Inicialmente, a concessionária MetrôRio suspendeu o funcionamento da Linha 2, entre Maria da Graça e Pavuna, mas, logo depois, as 16 estações entre Central e Pavuna foram fechadas. O reflexo sentido na locomoção dos cariocas fez com que a cidade entrasse em Estágio de Atenção, às 17h03, o segundo nível em uma escala de três, do qual só saiu às 20h.

Principalmente, quem trabalha na Zona Sul e no Centro e precisava voltar para a Zona Norte e Baixada sofreu. O salão principal da área de embarque dos trens da SuperVia foi tomado por longas filas. Quem precisava comprar passagem não perdia menos de 15 minutos para ser atendido.

A contadora Nádia Processi, de 52 anos, tentou pegar o trem para Nilópolis, como faz todos os dias, mas ficou sem saber o que fazer quando viu a multidão. “Os trens já são cheios normalmente, a gente já vem e volta esmagado todos os dias, mas hoje não vou encarar não, vou esperar passar o movimento maior”, lamentou.  

Caminhão derrubou muroReprodução Twitter

Cerca de 80 mil passageiros tiveram que ser realocados em outros transportes por conta da interdição do metrô, já que, de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, 20 mil pessoas são transportadas na Linha 2 do metrô a cada hora. E, apesar do reforço na circulação dos ônibus, os coletivos também estavam superlotados. Na Presidente Vargas, os pontos em frente à Central eram um mar de gente. O auxiliar de farmácia Brendo dos Santos, 23, ficou mais de uma hora no ponto esperando um ônibus da linha 292 parar. “Passa toda hora, mas estão todos lotados, nem encostam no ponto”, contou.

Em Maria da Graça muitas pessoas aguardam do lado de fora da estação Reprodução Twitter

Reforço na frota de trens e ônibus

A SuperVia informou que, até as 19h, pelo menos dois trens extras partiram da Central do Brasil para o ramal de Belford Roxo, que recebeu o maior número de passageiros que não puderam seguir pela Linha 2 do metrô. A empresa informou que só poderia divulgar hoje o aumento do número de passageiros desta terça-feira.

De acordo com os consórcios Internorte, Santa Cruz e Transcarioca, também houve reforço nas frotas das linhas de ônibus devido à interrupção da Linha 2. As empresas usaram os coletivos de sua reserva técnica para aumentar em até 30% a oferta de transporte para a população. Os motoristas e cobradores foram orientados a receber o cartão Siga Viagem, distribuído pelo metrô.

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