A pandemia do novo coronavírus caiu como um banho de água fria para um grupo de alunos da Escola Firjan Sesi de São Gonçalo. Eles voltavam da etapa nacional da competição de robótica First Lego League (FLL), em São Paulo, onde apresentaram o projeto da telha híbrida, que, feita com garrafas pet, placas solares e cataventos, transforma a energia do vento e do sol em luz elétrica. Enquanto retornavam do torneio, eles faziam planos para aprimorar o invento, que tiveram que ser interrompidos com o início da quarentena e a suspensão das aulas presenciais.
Os contatos entre os alunos e os técnicos do Fênix Robots Furious, o clube de robótica da escola, prosseguem de maneira remota, pelo WhatsApp. Eles aproveitam o tempo em casa para seguir com as pesquisas e já definiram o próximo passo do projeto, que será desenvolvido assim que as aulas presenciais voltarem.
"Agora, vamos tentar criar um circuito fechado de transmissão de energia por indução a partir das telhas híbridas, sem a necessidade de utilização de fios. Pode ser a iluminação das áreas públicas de um condomínio. Se conseguirmos, será um passo importante para termos uma cidade melhor para se viver, mais sustentável, e com energia limpa e barata", diz Christian Valente, de 16 anos, um dos nove alunos que integram a equipe: "Podemos baratear a conta de luz em 98%, pois não seria mais necessária a atuação da concessionária de energia elétrica", acrescenta.
Professor de física e matemática, Renato Rodrigues é um dos técnicos do Fênix Robots Furious. De acordo com ele, a transmissão por indução se daria a partir de equipamentos que funcionariam como repetidores de wi-fi. "Cada ponto teria um núcleo como um roteador, que transmitiria a energia sem fio de um lugar para o outro", explica o professor, que detalha os benefícios da telha híbrida: "Ela pode gerar energia durante o dia e a noite, basta ter sol ou vento, além de ter custo acessível".