Na campanha, a mulher que entrar em um estabelecimento apresentando um
Na campanha, a mulher que entrar em um estabelecimento apresentando um "X" na palma da mão (ou em um pedaço de papel), está sinalizando que precisa de ajuda. Divulgação
Por Eric Macedo
A violência contra a mulher é um problema social que já vem sendo debatido por várias décadas. Por isso, o Conselho Nacional de Justiça em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria decidiram criar a campanha 'Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica', que está abrangido todo o país. No período do isolamento social (de 13 de março a 30 de abril) a proporção de crimes mais graves que ocorrem dentro de casa aumentou, como aponta o último relatório do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP).
A Prefeitura de São João de Meriti, por meio da Superintendência de Políticas para Mulheres abraçou a causa, que consiste em cadastrar farmácias e treinar funcionários para que recebam a denúncia por parte da mulher que entrar no estabelecimento apresentando um “X” na palma da mão (ou em um pedaço de papel) sinalizando que precisa de ajuda. Discretamente, o funcionário acionará a Polícia Militar (190), que já vem sendo capacitada para atender os chamados dos estabelecimentos e, a se possível, conduzirá a vítima até uma sala reservada do estabelecimento.
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Em entrevista concedida à prefeitura, a juíza Renata Macedo, do Juizado de Violência Doméstica e Especial Criminal de São João de Meriti e responsável pela campanha na Baixada Fluminense, ressaltou que os funcionários não serão conduzidos à delegacia como testemunhas, tão pouco arrolados em processos, sendo apenas comunicantes, ou seja, não serão envolvidos em nenhum caso.
Juíza Renata Macedo, do Juizado de Violência Doméstica e Especial Criminal de São João de Meriti e responsável pela campanha na Baixada Fluminense - Divulgação
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“Assim que a mulher tiver a oportunidade de ir a uma farmácia, ela deve apresentar o ‘X’ ao atendente e ele vai acionar o socorro discretamente”, disse a magistrada.
A juíza ressaltou ainda que durante a pandemia, apenas em São João de Meriti, chegaram a ser expedidas cerca de 10 medidas protetivas por dia, ou seja, centenas de casos por mês. “Entendemos que é muito mais fácil para a mulher pedir ajuda na farmácia do que ir em uma delegacia de polícia. Então, peço a vocês que se sintam acolhidas pela justiça e pela Prefeitura de São João de Meriti. Denunciem seus agressores”, disse.
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Centro de Atendimento à Mulher – CEAM
A Prefeitura de São João de Meriti dispõe de um Centro de Atendimento à Mulher (CEAM), que acolhe cerca de quatro mil vítimas de agressão. Equipes da prefeitura já estão percorrendo o município para adesão das farmácias e capacitação dos funcionários. Vale ressaltar que o desenho do “X” na palma da mão ou em um papel é uma forma de comunicar a agressão, porém o mais importante é que a pessoa sinalize ao atendente que está precisando de apoio.
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Marcela Brainher, superintendente de Políticas para Mulheres e responsável pelo CEAM, conta que muitas mulheres não denunciam as agressões que sofrem, o que faz com que o número seja ainda menor do que a realidade e deixa um recado:
“Você farmacêutico, colabore com a gente nessa questão social, e você, mulher que está passando por isso, saiba que não está sozinha, no CEAM você tem profissionais para te atender e te acolher.”
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farmácias e funcionários estão treinados para que recebam a denúncia por parte das mulheres - Divulgação
Serviço
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- Para cadastrar sua farmácia na campanha envie um e-mail para: superintendencia.mulher.sjmeriti@gmail.com 
- Polícia Militar: 190
- Centro de Atendimento à Mulher – CEAM: Rua Defensor Público Zilmar Pinaud,122, Vilar dos Teles. De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Tel.: 21 2651-1198, 2662-7626 e 966 535 883 (WhatsApp).
- Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência: 180
- Disque Denúncia: 21 2253-1177
- Direitos Humanos (menores de idade e idosos): 100
- Delegacia on-line: dedic.pcivil.rj.gov.br