A exposição fotográfica segue até o dia 30 de março - Divulgação
A exposição fotográfica segue até o dia 30 de marçoDivulgação
Por O Dia
Volta Redonda - Para celebrar o Mês da Mulher, o Hospital Municipal Dr. Munir Rafful (HMMR) preparou uma exposição fotográfica reunindo perfis de colaboradoras da unidade que representam a força, a dedicação e a sensibilidade de todas as mulheres que compõem o quadro de funcionárias do hospital.

As escolhidas têm histórias de vida inspiradoras e ao menos um detalhe em comum: a absoluta dedicação ao ofício de cuidar do outro. Enfermeiras, médicas, técnicas de enfermagem, profissionais do setor administrativo, todas elas sabem que trabalhar no serviço público de saúde requer doses de amor em grande escala. Mais do que dispostas, elas são acolhimento e perseverança.

Confira nesta matéria um pouco da história de cada uma dessas mulheres que se destacam realizando suas funções com amor, carinho e competência. Afinal, ‘Nem toda heroína usa capa’.

Vera Vicentina da Silva é conhecida no bairro onde mora e no HMMR como Tia Vera e aos 74 anos, exerce religiosamente uma rotina que para muitos poderia ser exaustiva. Dia sim, dia não, a técnica de enfermagem cumpre de um plantão noturno de 12 horas na unidade.

Vera sai de casa ainda no período da tarde e ao chegar ao hospital cumprimenta todos os funcionários da recepção, os pacientes da emergência e das enfermarias. Numa ode ao amor, Tia Vera segura a mão de cada uma das pessoas que encontra pelo caminho e repete uma pequena oração criada por ela desejando que o colega de trabalho ou paciente seja abençoado.

Depois do cortejo, que dura cerca de meia hora, ela chega ao seu setor, sem atrasos e inicia o plantão.

“Meu sonho sempre foi trabalhar na enfermagem para poder servir, doar um pouco de mim. Quem escolhe a enfermagem precisa estar disposto a ouvir, a respeitar e a se colocar no lugar do outro”, conta.

Além de ser colo para os pacientes, Tia Vera é suporte para os colegas menos experientes, que buscam sua ajuda quando precisam.

“Eu ajudo meus colegas em tudo que posso, às vezes temos uma veia mais difícil de puncionar e se lembram da Tia Vera. Estou sempre ali, mas tudo nessa vida tem o seu tempo e eu cumpri minha missão, são 47 anos me dedicando e provavelmente no meio do ano, vou descansar”, planeja emocionada.
Diretor administrativo da unidade, Caio Antônio Souza com uma das homenageadas, Tia Vera - Divulgação
Eliane Camargo de Jesus é a humildade em pessoa. Ela atribui a Deus a solução dos casos mais complicados que já passaram por suas mãos e faz questão de usar o último sobrenome porque ela diz que é ‘de Jesus”.

Dona de uma voz serena, a médica com pós-doutorado já participou de mais de dez mil cirurgias ao longo de 28 anos de profissão. Com currículo de causar inveja, a professora da Unifoa e coordenadora da residência médica no HMMR, escolheu permanecer na rede pública de saúde, quando poderia fazer parte do quadro de grandes corporações privadas.

“Eu escolhi a medicina porque gosto da assistência e essa profissão me ensinou o valor da vida. Um dos casos que mais me comoveu foi o de um senhor que estava internado e nos disse que o seu maior sonho era sair caminhando sozinho pela rua. Ele não podia porque estava muito doente. A pessoa mais rica do mundo vai pedir por saúde se estiver sem ela”, disse a médica.

Edna Moreira Vieira recebe a todos com um sorriso nos lábios. A jornalista de
formação ingressou no HMMR após ser aprovada em um concurso para maqueiros em janeiro de 2020. Ela era a única mulher da unidade nesta função e em menos de um mês chamou a atenção da direção do hospital pelo tratamento diferenciado que dava aos pacientes.

“Eu nunca trabalhei em hospital, mas amo o contato, amo gente, amo lidar com pessoas, aqui eu faço tudo o que gosto de fazer. No meu primeiro dia de trabalho eu não conhecia nada, dez dias depois eu dominava o hospital. Minha cadeira virou o Uber hospitalar”, diverte-se a profissional.

Em tempo recorde, a dedicação de Edna foi reconhecida e atualmente ela trabalha na recepção do hospital, onde continua fazendo o que mais gosta: acolher pessoas.

Gilmara Aguiar da Silva tem 37 anos e sempre gostou de cuidar de gente, fez o curso técnico de enfermagem, mas a ideia de cursar a faculdade lhe espertava um medo paralisante: ela fez a matrícula três vezes até finalmente ingressar no ensino superior. E ainda bem que o medo não venceu a vocação.

Atualmente Gilmara é coordenadora da pediatria, ela é daquelas profissionais super dedicadas ao paciente, que se envolve no tratamento e não raro visita a unidade nos dias de folga para acompanhar a evolução de um pequeno ou apenas para saber se está tudo bem.

Um dos casos mais emblemáticos de sua carreira foi o de uma menina, que chegou à unidade vítima de maus tratos, ficou quatro meses internada no HMMR sob o olhar atento da enfermeira.

Quando a paciente precisou passar por um procedimento em outro hospital no Rio de Janeiro, Gilmara não pensou duas vezes, pediu à chefia autorização para acompanhar a menina e passou dez dias longe de casa fazendo o que nasceu para fazer.

“A enfermagem é a minha vida, não me imagino sem o que faço e não há dinheiro que pague o que vivenciamos nessa profissão. Acho que tenho um espírito de criança e por isso vivo cercada por elas”, conclui.

Vera Lúcia Marques de Moura é coordenadora do Centro Cirúrgico e uma defensora do SUS. Ela faz parte do quadro de funcionários do Hospital há sete anos e se dedica a cumprir o mapa de cirurgias diário.

Poliane Perrut da Silva é uma profissional grata à profissão. Mãe jovem, ela iniciou a carreira como técnica de enfermagem no HMMR aos 18 anos. O salário que ganhava como técnica era dividido para as despesas de casa e investido na faculdade de enfermagem.