Inspeção técnica é realizada em depósito de escória em Volta Redonda - Divulgação
Inspeção técnica é realizada em depósito de escória em Volta RedondaDivulgação
Por O Dia
Volta Redonda - Nesta quarta-feira, dia 11, foi realizada uma inspeção técnica na 'montanha de escória' da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda. O depósito fica localizado no bairro Brasilândia, às margens do Rio Paraíba do Sul.

A fiscalização foi feita pelo Comitê Permanente de Governança de Águas do Estado do Rio de Janeiro e estiveram presentes também representantes do Conselho Regional de Engenharia (Crea), da Defensoria Pública, do MEP ( Movimento Ética na Política), OAB, comitês de bacias, ONGs e ainda moradores do bairro.

A comitiva com cerca de 15 pessoas veio do Rio de Janeiro e foi acolhida na entrada do pátio de escória, momento que ouviu e debateu com os representantes da comunidade local a gravidade da poluição do ar, solo e das águas .

Na sequência, foi feita a vistoria na montanha de escória coordenada pelo professor Adacto Ottoni, diretor do CREA e da UERJ. Só foi permitida a entrada no depósito dos representantes do Crea, órgão que requereu a vistoria técnica. Eles ficaram cerca 4 horas dentro do pátio.

De acordo com o integrante da Comissão de Meio Ambiente do Crea, professor Adacto Ottoni, a verificação foi para identificar possíveis indícios de danos ambientais e se as medidas efetivas de controle estão sendo feitas já que o depósito fica muito próximo ao Rio Paraíba do Sul que é um manancial do Estado do Rio e abastece 10 milhões de pessoas.
Enquanto a inspeção ocorria, um grupo ficou no que eles chamaram de 'vigília ambiental' e outro grupo ligado ao MEP fez análise das alterações de PH nas águas do entorno da montanha de escória.

"Há indícios de alterações do PH, e isto afeta o ecossistema", comentou conselheiro do MEP.
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MEP fez análise das alterações de PH nas águas do entorno da montanha de escória - Divulgação
O resultado da análise será enviado ao CREA. O professor Otoni, no término da visita em tom de preocupação disse:

“Fiz várias recomendações à empresa, detalhes serão narrados no relatório a ser entregue à CSN”, informou professor Adacto Ottoni.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) junto com a Procuradoria Geral da República moveram uma ação civil desde 2018 por conta do que acontece no local.
A última decisão é de fevereiro de 2020 quando o Superior Tribunal de Justiça anulou o efeito suspensivo conquistado na segunda instância pela Harsco (empresa responsável) e assim decidiu que os resíduos de escória não podem ultrapassar os quatro metros de altura.
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Também foi determinado que a quantidade de material que entra não pode ser maior que a quantidade que deixa o depósito.
A Harsco através de uma nota declarou que a atividade realizada pela empresa sempre teve suas ações licenciadas e verificadas pelas autoridades ambientais e que cumpre todas as determinações feitas pelos órgãos competentes