Volta Redonda - Alguns ex-estudantes do Pré-Vestibular Cidadão (PVC) do Movimento Ética na Política de Volta Redonda (MEP-VR) aprovados através do sistema de cotas, o SISU, Sistema de Seleção Unificada, têm manifestado a alegria com as aprovações nas universidades públicas. “Reparar algo dignifica a gente”, relatam.
Tainá Santos, 19 anos, aluna do MEP em 2021, sempre estudou em escola pública, residente no bairro Vale do Paraíba, divisa VR-BM, foi aprovada em 1º lugar para cursar Direito na UFF- Campus Aterrado, VR. Com a nota 940 em redação, bom desempenho nas outras áreas de conhecimentos, Tainá revelou agradecida sua conquista aos professores.
“Tenho muito a agradecer a Deus e a todos meus professores, em especial do MEP pela força, carinho e incentivo. Das cinco vagas para pessoas cotistas pretas, consegui ficar em 1º lugar. Para cursar direito na UFF. Estou agradecida e muito feliz. As cotas são importantes, dignificam e reparam perdas históricas”, comentou Tainá.
A estudante do MEP, Larissa Brandão, de 22 anos, residente no bairro Santa Inês, também manifestou sua alegria.
“Eu passei para história na UNIFAL em MG. Eu sei que é bem longe, e que terei que sair totalmente da minha zona de conforto. Eu tenho certeza do que eu quero. Seguirei. Muito obrigada professores, vocês irão lembrar das milhares de vezes que eu insistia em aprender com vocês, pois o meu sonho era passar na Federal. Entrei pelo sistema de cotas e com uma boa nota na redação, 920. Estou muito grata a Deus e a vida pela linda oportunidade. Em breve serei uma historiadora”, escreveu Larissa aos professores do PVC.
Já a aluna Laís Gasparoni, de 18 anos, do bairro Volta Grande II, no sistema de cotas para pessoas, conseguiu aprovação para UNIRIO, e cursará música.
Como o sistema Sisu segue rodando, a secretaria do MEP informou que alguns estudantes aguardam ansiosos a lista de espera para diferentes áreas. Mas, cursos das áreas de engenharia metalúrgica (UFF) e agronomia (IFRJ já foram garantidos.
A acadêmica de Direito na UFF, presidente do CADOM-UFF, conselheira e ex-aluna do MEP, Amanda Mattos falou sobre o sistema de cotas.
“Preciso conhecer Tainá, com honra vamos acolhê-la na UFF. Conquistas assim devem que ser anunciadas e celebradas. O desempenho da Tainá, Larissa, Laís e de tantas outras pessoas deixam claro que somos capazes, e que o sistema de cotas, não é favor nem caridade. É direito. As cotas servem como um reparo para todo o contexto histórico escravista e de todos os momentos que o negro foi descartado e esquecido na sociedade brasileira. Se a maioria da população brasileira é negra, porque apenas uma porcentagem mínima desse público encontra-se dentro de uma Universidade Pública, gratuita e de qualidade? O meio acadêmico é super disputado, e nós temos condições. E digo mais, nós devemos entrar nesta disputa para a vaga na Universidade, pois somos igualmente capazes”, falou.
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