
A diretoria do Flamengo nutre esperança de que o problema de Guerrero possa ter solução. O jogador admitiu, internamente, o uso de chás e medicações antigripais antes da realização do exame a substância benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, encontrada no antidoping do atacante, está presente também em remédios de uso corriqueiro e em infusões de coca, consideradas medicinais e comuns em países como Peru e Bolívia.
A informação colhida pelos dirigentes com profissionais do clube faz com que eles mantenham a serenidade, enquanto esperam o desenrolar do caso. Pelo perfil de Guerrero e por ele ter passado por outros exames antidoping antes nesta temporada, não acredita-se, no Rubro-Negro, em uso de cocaína. A aposta é de erro por parte dos médicos da seleção peruana.
O responsável pela comissão médica do Peru, Julio Segura, por outro lado, garante que não houve falha. Segundo ele, os remédios ministrados ao atacante não contêm o elemento proibido.
"Paolo esteve com um processo gripal, inclusive terminou com uma traqueíte (inflamação na traqueia), mas pudemos recuperá-lo graças ao seu esforço. Recebeu antibióticos e analgésicos. Medicamentos que não têm nenhum problema com dopagem", disse Segura à Rádio Nacional do Peru. "Na seleção, sabemos o que é o controle antidoping. Portanto, não usamos substâncias que produzam doping. É lamentável o que aconteceu com Paolo, mas estou certo de que não houve nenhum problema de nossa parte", completou.
Hoje, o camisa 9 rubro-negro viaja para Lima, capital peruana, a fim de se reunir com seus advogados e dirigentes da Federação Peruana de Futebol (FPF). A defesa de Guerrero já pediu a abertura do segundo frasco de urina, a amostra B, também chamada de contraprova, colhida no mesmo dia 5 de outubro, após o jogo entre Peru e Argentina.
Como Guerrero é capitão e principal jogador da seleção, os peruanos ficaram em choque com a notícia. Surgiram nas redes sociais, segundo o jornal local 'Depor', comentários de que o exame pudesse ter sido fraudado. Segura rechaça esta hipótese.
O camisa 9 recebeu da Fifa suspensão provisória de 30 dias, que pode ser ampliada por mais 20. Caso seja condenado, porém, ele pode ficar até quatro anos sem poder exercer a profissão.