Ontem, o policiamento foi reforçado na Rocinha, com PMs fazendo revistas nos acessos à comunidade
Ontem, o policiamento foi reforçado na Rocinha, com PMs fazendo revistas nos acessos à comunidadeSeverino Silva
Por Bruna Fantti
Em uma reunião no Complexo da Penha, na Zona Norte, horas após a prisão de Rogério Avelino, o Rogério 157, traficantes decidiram por indicar José Carlos de Souza Silva, o Gênio, como o seu sucessor para reorganizar as contas do tráfico na Rocinha. É o que indica o monitoramento de informações do setor de inteligência da Polícia Civil.
Rogério foi preso na quarta-feira, na Favela do Arará, em Benfica. Desde setembro, ele era o criminoso mais procurado do estado por ter promovido dias de tiroteios na Rocinha, ocasião em que rompeu com Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que cumpre pena em presídio federal.
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A prisão preventiva de Gênio, de 29 anos, foi decretada há 20 dias, pela juíza Lúcia Regina Esteves de Magalhães, junto com outros 29 traficantes. Na decisão, ela diz que "a liberdade dos mesmos põe em risco a vida dos moradores da Rocinha que são vítimas de confrontos armados entre bandos rivais, iniciando verdadeira guerra na comunidade, além da prática de delitos de várias naturezas, tais quais, constrangimento ilegal, torturas, uso de armas, etc, visando aniquilar os inimigos".
De acordo com o delegado Antônio Ricardo Nunes, titular da Rocinha, a Polícia Civil já identificou mais de 80 traficantes envolvidos de forma direta e indireta na guerra da Rocinha.
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Um deles é Gênio, que é investigado por associação criminosa, associação ao tráfico de drogas, disparo de arma de fogo, dano, tráfico de drogas e resistência. Além disso, o traficante é suspeito de participar de um caso de tortura, em 2014, na favela.
Para o delegado, a prisão de uma liderança do tráfico desarticula toda a quadrilha. "Todo o comércio de armas e entorpecentes fica dificultado. Essa dúvida causada pela perda da liderança deixa os criminosos sem rumo", disse.
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Nunes confirmou que Rogério circulou por oito comunidades do Comando Vermelho, entre elas Mangueira, Nova Holanda, Fallet e Fogueteiro. "Essa mudança dificultou o trabalho. A primeira fuga dele foi pela mata quando ele se abrigou em comunidade da Tijuca (Turano)", completou. Já preso, Rogério 157 disse que voltou inúmeras vezes à Rocinha, como O DIA noticiou ontem, mas não quis detalhar como. A Secretaria de Segurança informou que a transferência de 157 para presídio federal ainda não foi pedida.