A Polícia Civil acredita que uma disputa entre traficantes e milicianos tenha sido a motivação para o ataque que deixou quatro mortos na noite de quinta-feira, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. "Temos informações a respeito de que no local esteja ocorrendo uma guerra entre esses dois grupos, mas ainda nada confirmado", afirmou o delegado Leandro Costa, da Delegacia de Homicídios da Baixada, que investiga o caso. Ele ressaltou que não há suspeitas de que as vítimas tenham envolvimento com crimes, e que o ataque poderia ser apenas uma demonstração de poder.
O crime ocorreu por volta das 22h de quinta-feira, na comunidade Vale do Ipê. Homens que estavam em um carro passaram atirando contra os amigos que estavam na calçada de uma lanchonete jogando videogame, de acordo com testemunhas. Ezequiel da Silva Cavalcante, de 14 anos, e Diogo Caeira de Vasconcelos, de 13, morreram no local. Outros dois baleados foram socorridos para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. André Felipe Ferreira de Almeida, de 21 anos, morreu na manhã de ontem, durante uma cirurgia. Outro socorrido para o hospital é Matheus Macedo, que continua internado. Ele foi baleado com um tiro na nuca e seu estado é grave.
Durante a manhã de ontem, a polícia confirmou que Iago Gomes de Paula, 25, foi morto perto do local, na esquina da Avenida Ayrton Senna com Rua Projetada D, no Parque São Lucas, em Roseiral. Parentes do jovem contaram a policiais do 39º BPM (Belford Roxo) que ele foi vítima do mesmo bando.
Familiares reclamaram da perícia que demorou 12 horas para chegar ao local, atrasando assim a liberação dos corpos para o Instituto Médico Legal. A polícia afirmou que os policiais só entraram na comunidade após terem certeza de que não ocorreria tiroteio.
No último domingo, ao menos duas pessoas morreram após um ataque a tiros em um bar em Queimados, também na Baixada Fluminense. Maurício dos Santos Jesus Nascimento e Edésio Virgino da Cruz Prado morreram e outras seis pessoas foram feridas.
De acordo com a PM, dois carros passaram com pessoas atirando contra o bar, localizado na Praça dos Eucaliptos. Homofobia e ataques de milicianos são as principais linhas de investigação neste último caso.
