Jovens são acolhidos pelo Fluminense - Mailson Santana/Fluminense FC
Jovens são acolhidos pelo FluminenseMailson Santana/Fluminense FC
Por Gabriel Sobreira
Rio – A notícia de que 13 jovens jogadores eram mantidos em cárcere privado em Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, levou o desespero à uma família em Manaus (AM), a mais de 4.300 quilômetros de distância. A tia de um desses garotos, que são de estados como Alagoas, Paraná, Amazonas e Paraíba e que têm idades entre 12 e 18 anos, conversou com O DIA e narrou os momentos de aflição que os parentes passaram. Procurada, a assessoria do Fluminense informou que, por enquanto, não há novidade sobre o caso.
"Fiquei muito assustada, nervosa quando vi o noticiário muito nervosa. A minha família toda. Ele sempre dizia que estava tudo bem, que o professor - era como ele chamava o seu Jorge (Jorge Valnei dos Santos foi preso em flagrante e, de acordo com as investigações da Polícia Civil, ele foi considerado o responsável por trazer os jogadores para o Rio de Janeiro) - nunca tratou ele mal e que estava preocupado com ele", explica a mulher, cuja identidade será preservada, se referindo ao sobrinho de 16 anos.
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Segundo ela, o menino sempre sonhou em ser jogador de futebol. "Desde pequeno, molequezinho, ele jogava no sol e muitas vezes ate jogávamos juntos ele e eu. Então, quando o seu Jorge apareceu, todos nós vimos uma oportunidade, só não sabíamos que iria acontecer isso", lamenta.
A mulher conta que o sobrinho viajou em fevereiro deste ano. Ela explica que, na época, a família estava muito fragilizada porque tinha acabado de perder um parente. "E a noticia de que meu sobrinho iria ser preparado para jogar em um time no Rio de Janeiro foi muito boa, toda família ficou muito feliz", lembra ela.
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A tia do adolescente explica que não sabe em detalhes como foi o tratamento de Jorge Valnei dos Santos com os meninos. A mulher afirma que o sobrinho sempre ligava à noite. "Era o horário que ele tinha pra falar com a família. Sempre dizia estava bem e nunca reclamava. Só chorávamos de saudades. Ele falava que tinha uma alimentação regrada e que fazia academia", pontua. Mas, segundo ela, algo chamava sua atenção. "Nunca mandaram o endereço para que a tia dele por parte de mãe fosse visitá-lo. Eu sempre fui muito preocupada sempre observava a expressão do rosto para ver se estava realmente tudo bem", recorda-se. Mas, como o garoto falava que estava bem, toda a família ficava sempre tranquila.
Desde terça-feira no CT das categorias de base do Fluminense, também em Xerém, os meninos já receberam material do clube carioca e estão instalados em alojamentos do Tricolor. "Ele passou por exames, mas vai passar por uma peneira. Não sei se realmente é a intenção do clube de ficar com alguns dos meninos ou se eles estão fazendo isso por conta da mídia. Ele (o sobrinho) está muito feliz, sonha em dar o melhor para a família dele", finalizou a mulher.