'Ele está muito feliz', diz tia de um dos jovens abrigados pelo Fluminense
Família, que mora em Manaus (AM), narra momentos de aflição ao descobrir que parente era um dos 13 jovens mantidos em cárcere privado em Xerém
Rio – A notícia de que 13 jovens jogadores eram mantidos em cárcere privado em Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, levou o desespero à uma família em Manaus (AM), a mais de 4.300 quilômetros de distância. A tia de um desses garotos, que são de estados como Alagoas, Paraná, Amazonas e Paraíba e que têm idades entre 12 e 18 anos, conversou com O DIA e narrou os momentos de aflição que os parentes passaram. Procurada, a assessoria do Fluminense informou que, por enquanto, não há novidade sobre o caso.
"Fiquei muito assustada, nervosa quando vi o noticiário muito nervosa. A minha família toda. Ele sempre dizia que estava tudo bem, que o professor - era como ele chamava o seu Jorge (Jorge Valnei dos Santos foi preso em flagrante e, de acordo com as investigações da Polícia Civil, ele foi considerado o responsável por trazer os jogadores para o Rio de Janeiro) - nunca tratou ele mal e que estava preocupado com ele", explica a mulher, cuja identidade será preservada, se referindo ao sobrinho de 16 anos.
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Segundo ela, o menino sempre sonhou em ser jogador de futebol. "Desde pequeno, molequezinho, ele jogava no sol e muitas vezes ate jogávamos juntos ele e eu. Então, quando o seu Jorge apareceu, todos nós vimos uma oportunidade, só não sabíamos que iria acontecer isso", lamenta.
A mulher conta que o sobrinho viajou em fevereiro deste ano. Ela explica que, na época, a família estava muito fragilizada porque tinha acabado de perder um parente. "E a noticia de que meu sobrinho iria ser preparado para jogar em um time no Rio de Janeiro foi muito boa, toda família ficou muito feliz", lembra ela.
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A tia do adolescente explica que não sabe em detalhes como foi o tratamento de Jorge Valnei dos Santos com os meninos. A mulher afirma que o sobrinho sempre ligava à noite. "Era o horário que ele tinha pra falar com a família. Sempre dizia estava bem e nunca reclamava. Só chorávamos de saudades. Ele falava que tinha uma alimentação regrada e que fazia academia", pontua. Mas, segundo ela, algo chamava sua atenção. "Nunca mandaram o endereço para que a tia dele por parte de mãe fosse visitá-lo. Eu sempre fui muito preocupada sempre observava a expressão do rosto para ver se estava realmente tudo bem", recorda-se. Mas, como o garoto falava que estava bem, toda a família ficava sempre tranquila.
Desde terça-feira no CT das categorias de base do Fluminense, também em Xerém, os meninos já receberam material do clube carioca e estão instalados em alojamentos do Tricolor. "Ele passou por exames, mas vai passar por uma peneira. Não sei se realmente é a intenção do clube de ficar com alguns dos meninos ou se eles estão fazendo isso por conta da mídia. Ele (o sobrinho) está muito feliz, sonha em dar o melhor para a família dele", finalizou a mulher.