Rio - O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) vai abrir um processo de investigação clínica para apurar os óbitos relacionados à evento adverso da vacinação para febre amarela. Dois idosos morreram após tomar dose da vacina, na cidade de São Paulo. Outras três mortes estão sendo investigadas. Especalistas, no entanto, mantêm a recomendação de vacinação para todos, com exceção das pessoas com restrição.
Segundo a Bio-Manguinhos, fabricante da vacina, por ser feita a partir de vírus vivos atenuados, a medicação é contraindicada para determinados grupos, como crianças menores de nove meses; pessoas com imunodeficiência por doença ou tratamento, como portadores de HIV, ou que fazem quimioterapia; os que têm histórico de reação anafilática ao ovo de galinha, componente usado na produção da vacina.
Com relação aos que tem 60 anos ou mais, o instituto informou que eles "devem procurar orientação médica antes de decidir se devem ou não se vacinar". Na cidade do Rio, a Secretaria Municipal de Saúde só aplica a vacina no idoso que tiver autorização médica. "Para que idosos sejam vacinados nas condições epidemiológicas atuais da cidade do Rio (sem circulação do vírus), é imprescindível a apresentação de receita médica por escrito, preferencialmente feita pelo profissional que já acompanhe o paciente e conheça suas condições de saúde". A SMS ressaltou que caso haja alteração nas condições epidemiológicas do município, essa recomendação poderá ser revista com base nos devidos critérios técnicos.
De acordo com o Instituto Bio-Manguinhos, o evento adverso da vacinação para a febre amarela mais grave é a doença viscerotrópica aguda (DVA), que ocorre até o décimo dia após a vacinação, com quadro clínico semelhante ao da própria febre amarela. Casos como este podem ocorrem 1 vez para cada 400 mil aplicações.