Rio - Familiares e amigos se despediram na tarde desta segunda-feira de Samuel Coelho, de 24 anos, garçom atingido enquanto trabalhava no Bar do Pinto, na Conde de Bonfim, Tijuca, em tiroteio entre policiais e bandidos. O enterro ocorreu no cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, às 13h e reuniu cerca de cem pessoas.
Em um desabafo, Sara Paixão, 37 anos, jornalista e amiga da família afirma que ele era muito querido, tanto pelos frequentadores do bar do Momo quanto pelo do bar do Pinto. "Agora fica a lembrança de uma pessoa muito simpática e querida que foi arrancada da convivência da gente dessa forma super brutal. O cara estava trabalhando e morreu dessa forma. Ele sempre trabalhou, pois era de família humilde e muito batalhadora. O sorriso dele é o que fica."
Muitos amigos utilizaram as redes sociais para manifestar a dor pela morte do amigo. “Meu coração está de luto”, publicou Álvaro Junior.
Maria Rita Correia, 51 anos, mãe de um amigo de infância do garçom, foi ao enterro para confortar Raimunda Conceição, mãe de Samuel. “Ele frequentava minha casa desde menino, estudou com meu filho desde os seis anos. Perdi um filho, morreu uma criança”, disse ela. Durante o enterro, pessoas esbravejaram sobre a crise no Estado. “Pode colocar mais um na conta do Cabral”, falou um amigo da família antes do cortejo.
Morte prematura
O acidente ocorreu na noite de sábado na Tijuca, enquanto acontecia o bloco “Não Muda Nem Sai de Cima”. Bandidos que saíram da Rocinha seguiam ao encontro de traficantes do Morro da Formiga e foram interceptados por PMs. A troca de tiros começou quando bandidos em um Honda Civic foram abordados na Rua Maria Amália. Durante o tiroteio, além de Samuel, morto por um disparo de fuzil, dois policiais e uma idosa foram baleados. Os bandidos fugiram na contra-mão da rua Alves de Brito e abandonaram os carros na Rua 18 de outubro, na entrada do Morro da Formiga.
