Durante encontro com cerca de 30 lideranças da Rocinha, ontem, o governador Luiz Fernando Pezão acenou com a possibilidade de um "cessar fogo" na favela. Pezão pediu, ainda, a colaboração dos líderes comunitários.
"Quero que vocês me ajudem também, me deem um caminho porque eu não quero botar polícia lá para ficar levando tiro o tempo inteiro. Eu quero policial morto? No Rio de Janeiro, ano passado, foram 134. Isso não é normal, não tem em lugar nenhum do mundo. A gente não pode achar isso normal. Se mata polícia aqui como se mata galinha", afirmou o governador.
Desde setembro, quando houve um racha na quadrilha que controla a Rocinha, a comunidade é palco de intensos tiroteios. Pelo menos, 37 pessoas foram assassinadas nesse período. O vice-presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Alexandre Pereira, que participou da reunião, disse que o governador foi sensível aos apelos da comunidade. "O beco, pra gente, é um quintal, extensão da nossa casa, e não uma zona de guerra", explicou Pereira, para quem a política de proximidade entre Governo e comunidade, praticamente, acabou. "Todo mês tem reunião comunitária com representantes da PM. Antes, 70 pessoas participavam. Na última, em meados de janeiro, não chegou a cinco o número de pessoas da comunidade na reunião".