Rio - A Prefeitura de Japeri começou, nesta quinta-feira, a campanha IST/AIDS/Hepatites Virauis, em defesa do sexo seguro durante o Carnaval. Agentes da secretaria municipal de Saúde foram às ruas para fazer a distribuição de 144 mil preservativos e gel lubrificante, junto à população.
Os preservativos foram levados para as unidades básicas de saúde do Guandu, Vila Central, Delamare, Alecrim, Santa Amélia, Japeri/Centro, Lagoa do Sapo, Chacrinha, Policlínica Itália Franco e Nova Belém, além de pontos estratégicos, como bares, lanchonetes, restaurantes, barbearias, lojas, pontos de ônibus e de mototáxi e postos de combustíveis. Motoristas e pedestres também foram abordos pelos agentes de saúde.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Charles Gonçalves, o programa tem como meta a prevenção da infecção do vírus HIV e outras doenças sexuais transmissíveis, além da gravidez precoce.
"Hoje, se inicia a campanha de prevenção do Carnaval. Essa medida vai facilitar o acesso ao preservativo e reduzir os casos de HIV e uma gravidez precoce", afirmou Josemar de Souza, diretor do programa DST/ AIDS, da Secretaria Municipal de Saúde de Japeri.
Ainda segundo Josemar, o município de Japeri está em segundo lugar no Estado do Rio (atrás apenas da cidade de Nova Iguaçu), como o município que mais faz o teste rápido de diagnóstico de HIV.
"Em janeiro fizemos 300 testes. E os exames tendem a aumentar. Há um número grande de sífilis, principalmente em gestantes", lembrou.
Morador do bairro Senhor do Bonfim, Carlos Alberto Viana Luis, de 67 anos, disse que o brasileiro ainda mantém o tabu de não se prevenir durante o sexo.
"Temos que evitar doenças sexuais transmissíveis. No Carnaval, então, a tendência de contrair doenças é infinitamente maior. Além disso, infelizmente muitos jovens acabam engravidando precocemente", advertiu.
Dona de uma papelaria em Engenheiro Pedreira, Fabiana Silva, de 32 anos, se tornou uma multiplicadora da campanha. Além de ser orientada pelos agentes, ela passou também a distribuir preservativos aos clientes.
"Vou usar as camisinhas no Carnaval, mas quero aproveitar para distribuir o material aos meus clientes. É assim que ajudamos no combate a ADIS", anunciou.
Aos 86 anos, o aposentado Emmanoel de Melo, não esperou os agentes se aproximarem dele para ganhar o preservativo. O idoso, chamou a equipe da saúde e pediu seis preservativos. "Ainda me previno e uso a camisinha durante o sexo. Sou velho, mas não estou morto", afirmou.
Num posto de combustíveis de Engenheiro Pedreira, motoristas e motociclistas também foram abordados por agentes de Saúde e aderiram à campanha. Foi o caso do motorista Emílio Costa, de 53.
"A camisinha é importante, principalmente durante o Carnaval, onde tudo é mais liberado. O ideal seria a pessoa perder a vergonha e buscar os preservativos nos postos de saúde", sugeriu. Fábio Luis de Oliveira, de 31, morador de Queimados, afirmou que vai usar duas cartelas de preservativos durante o Carnaval e distribuir o restante para os amigos.
"Quero me divertir sem correr riscos. A AIDS mata e não tem cura, então não posso dar bobeira. Uma coisa é certa, vou namorar bastante, com segurança neste Carnaval. Mas quero alertar meus amigos para os riscos da doença", garantiu o rapaz, que trabalha como motoboy na cidade.