Rio - Eliminar o Botafogo, numa espécie de decisão antecipada, e, em seguida, sagra-se campeão invicto da Taça Guanabara, contra um time de menor investimento. O roteiro está pronto, mas passa longe do ineditismo. A presença do Boavista na outra semifinal o time de Saquarema enfrentará o Bangu dá à trama ares de vale a pena ver de novo. Em 2011, a conquista do primeiro turno do Carioca, com Ronaldinho e Thiago Neves no comando do "bonde sem freio", seguiu o mesmo script.
Desta vez, há detalhes que aumentam as chances de se repetir o final feliz. O empate garante a vaga ao Flamengo. Já daquela vez, o 1 a 1 diante do Alvinegro transformou o confronto em drama. Nos pênaltis, o time de Vanderlei Luxemburgo fez 3 a 1 e avançou na competição.
O gol de Ronaldinho, em cobrança de falta, selou o título, há sete anos. Na ocasião, o Boavista havia despachado o Fluminense na fase anterior. A equipe de Bacaxá, com melhor campanha que o Bangu, este ano, se classifica em caso de igualdade no placar.
No futebol, no entanto, não há espaço para spoiler. Mesmo com a sensação de déjà vu no ar, a comissão técnica do Flamengo prefere evitar qualquer susto que transforme o enredo em filme de terror. Por isso, a ordem é evitar que a vantagem e eliminação vexatória do Botafogo diante do Aparecidense sejam traduzidas em acomodação.
Diretor da obra em construção, o técnico Paulo César Carpegiani coloca, desde o início da temporada, o foco na Libertadores. O Carioca, a princípio, serve de ensaio. Um fracasso no entanto, pode enfurecer a crítica e a audiência. Afinal, com o elenco mais estrelado do Rio, o protagonismo se torna obrigação.