Ministro requisitou à força-tarefa da Lava Jato no Rio uma série de informações sobre o governo de Pezão - Valter Campanato / Agência Brasil
Ministro requisitou à força-tarefa da Lava Jato no Rio uma série de informações sobre o governo de PezãoValter Campanato / Agência Brasil
Por WILSON AQUINO

Rio - Se o plano era confundir, então foi bem sucedido. Uma semana depois de o ministro da Defesa, Raul Jungmann, baixar no Rio e garantir que a partir do dia 5 de fevereiro a sociedade fluminense seria agraciada com um novo plano de segurança para dar um basta à violência, o estado viveu mais um dia de selvageria. Sem que qualquer estratégia de proteção ao cidadão fosse colocada em prática, além das costumeiras interdições em vias importantes como as Linhas Amarela e Vermelha e a Avenida Brasil.

O ministro, que ontem estava na Antártica, a oito mil quilômetros da capital fluminense, havia dito ao DIA, em entrevista na quarta-feira passada, que o Plano de Segurança Integrado Rio 2018 já estava pronto. Disse também que seria anunciado pelo governador Luiz Fernando Pezão e iniciado na segunda-feira. Porém, o que se viu foi a total falta de sintonia entre os governos. Pezão contou que nem sequer leu o 'Plano'.

Em nota, o governador explicou que "A Secretaria de Segurança e a Senasp estão finalizando o documento", que lhe teria sido entregue pelo general Sérgio Etchegoyen, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil. Pezão disse ainda que o 'Plano' é apenas um esboço. "Esse documento é preparatório para o nosso encontro no dia 26 de fevereiro, que estava agendado com os ministros". Para piorar a situação, o secretário de Segurança do estado, Roberto Sá, em entrevista à TV Globo, revelou que o "Plano" não passa de uma "formalização do que já está sendo feito".

Bloqueios

No entanto, na fala do ministro da Defesa o 'Plano' era muito mais do que o que "já está sendo feito". Jungmann chegou a classificar o programa como "um rumo para a segurança do Rio". Previa bloqueios aéreos e marítimos para atacar o tráfico de armas e drogas, além da criação de uma corregedoria autônoma e integrada, indicando que o combate à corrupção policial estaria entre as principais ações contra o crime organizado.

Jungmann, inclusive, enfatizou que um dos aspectos mais importantes do 'Plano' era que, por estabelecer compromissos claros, poderia ser monitorado pela sociedade. Mas, o que restou ao cidadão para acompanhar, com angústia e apreensão, é justamente a falta de plano e rumo da Segurança Pública.

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