Rio - Depois de oito meses de encontros entre autoridades federais e estaduais, o governador Luiz Fernando Pezão anunciou ontem o tão esperado Plano Segurança. Um das ações é compra de mil novas viaturas, sendo que 200 desses veículos da PM terão blindagem nos vidros e nas laterais.
O reforço, anunciado na quarta, de 2 mil policiais nas ruas por meio do Regime Adicional de Serviço (RAS), que é o pagamento de horas extras que tinha sido suspenso em 2017, será distribuído pelo estado. Pezão explicou que o aumento no efetivo contemplará também cidades como Angra dos Reis e Paraty e que faz parte do Plano Nacional de Segurança. Pezão prometeu quitar as dívidas com os agentes de segurança referentes ao RAS, PROES e o plano de metas, que será reimplantado nos batalhões e delegacias.
Segundo Pezão, o governo federal se comprometeu a reforçar o patrulhamento nas Baías de Guanabara e Sepetiba, além dos mares de Angra dos Reis e Paraty. As UPPs serão mantidas, mas o governador admitiu que o projeto precisa ser aprimorado. "Eu não acho que a UPP fracassou. No Brasil, os índices de violência aumentaram. Aqui temos um território conflagrado, onde três, quatro facções e mais a milícia disputam territórios", disse. Pezão detalhou, ainda, que 17 mil policiais irão atuar na segurança no Carnaval.
O sociólogo Ignácio Cano afirmou que o reforço nas ruas e a volta do plano de metas são fundamentais, mas avaliou que o patrulhamento das baías será um desperdício de recursos. "Tem que investir em investigação, localizar e prender as redes que estão trazendo armas e drogas. Patrulhar será caro e ineficaz". O ex-capitão do Bope Paulo Storani teme que o policial fique sobrecarregado. "É um esforço a mais por falta de efetivo, que poderia ser ajudado com UPPs desmobilizadas."