Três vezes por semana, Y, de 58 anos, deixa São Gonçalo antes das 5h. Como cuidadora de idosos, há três anos ela segue até Ipanema, na Zona Sul. E não foi diferente na manhã da última terça. Embarcou em dois ônibus, passou em uma padaria, comprou pães para a patroa e seguia para o apartamento onde trabalha, na Rua Prudente de Moraes. As 7h40, a poucos passos de entrar no prédio, foi atacada por quatro homens que levaram todos os seus pertences. Um deles a imobilizou com um mata-leão.
"O porteiro disse que eles me seguiram. Eu confesso: não os vi. Foi sem ao menos eu esperar, me abordaram e me deram uma gravata, todos descalços, não pude fazer nada e eles gritando 'passa, passa, passa, é um assalto' e levaram minhas coisas todas. Eu pensei que iam me matar enforcada. Pensei: vou morrer aqui. Não falei nada, fiquei sem ação, minhas pernas tremiam e a voz não saía", contou a vítima, sem se identificar.
Mineira de Muriaé, há 52 no Rio, a mulher classificou o ato como assustador. "Foi uma covardia. Por que não me pediram para entregar a bolsa? Não precisava ter me agredido daquela maneira", conta Y. Segundo ela, a rua estava vazia quando tudo aconteceu.
Ousados, os criminosos ainda roubaram a sacola de pão. Após notarem que era alimento, jogaram fora. Eles também levaram a bolsa da vítima e pertences. "Roubaram também um cordãozinho de ouro e um relógio que eu tinha ganhado de presente no meu aniversário. O celular ainda estou pagando, faltam cinco prestações", lamentou a mulher, lembrando que há três anos um homem de bicicleta arrancou um cordão de ouro que ela havia ganhado das filhas.