Os pescadores vão ter que esperar até o ano que vem para voltar a pescar sardinhaFoto: Divulgação PMAR

Angra dos Reis - Atendendo a pedidos de pescadores de todo o país, o Ministério da Pesca mudou a data do defeso da sardinha. O período reservado para a reprodução da espécie, que era realizado entre 15 de junho e 31 de julho, acontece este ano entre 1º de outubro e 28 de fevereiro. De acordo com os pescadores, as sardinhas ainda estavam ovadas quando a pesca era liberada.

Os pescadores de Angra dos Reis estão respeitando o novo período. Nenhuma apreensão em época de defeso foi realizada até o momento. De acordo com o secretário de Agricultura, Aquicultura e Pesca do município, a classe espera que a quantidade de pescado aumente após a modificação.

– No ano passado a produção total, incluindo as sardinhas Maromba e Laje, foi de 13 mil toneladas. Este ano foi menor, atingindo 10 mil toneladas. A expectativa é que o ciclo de reprodução seja completo e com isso aumente a quantidade de pescado – explicou Wágner Junqueira.

A indústria do pescado é uma das mais importantes para a economia do município da Costa Verde. Este ano, com o valor da sardinha a R$ 4,20 em média, a venda movimentou algo em torno de R$ 40 milhões na cidade. Mas há preocupação com um excedente de produção que poderia diminuir o valor do quilo do peixe.

– O ideal é que a gente atinja de 20 a 25 mil toneladas, o que dá uma boa rentabilidade para o pescador e não faz com que o preço da sardinha despenque no mercado –, afirmou Junqueira.

Porém, atingir esses números não deve ser tarefa fácil, apesar da nova época de defeso. Nos últimos anos, os pescadores de Angra têm passado dificuldades com a volatilidade dos números.

Em 2017 foram capturadas 13 mil toneladas; no ano seguinte, este número subiu para 14 mil toneladas, mas em 2019 as sardinhas sumiram e o número despencou para apenas 3 mil toneladas.

Os pescadores de Angra têm mais 4 meses e meio de espera para descobrir o impacto do novo defeso na produção pesqueira do município e na vida daqueles que tem o mar como meio de sustento.