Por leandro.eiro

Rio - O alto índice de violência das grandes cidades, como o Rio, tem aumentado a demanda no mercado de blindagem de automóveis. Levantamento do Exército Brasileiro mostra que o Brasil é líder mundial neste segmento, com mais de 160 mil veículos blindados, ultrapassando países tradicionais como EUA, Colômbia e México. Somente no ano passado, foram blindados mais de 18 mil veículos aqui.

Blindagem mais comum%2C nível III-A%2C protege contra tiro de pistolaDivulgação

Contudo, proteger o veículo contra disparos de arma de fogo requer algumas observações. O especialista em blindagem automotiva, Glauco Splendore, cita cuidados importantes por parte dos consumidores antes da escolha da blindadora. “Os números confirmam a crescente sensação de insegurança e a blindagem é uma das medidas que a população tem encontrado para buscar proteção”, conta.

De acordo com Splendore, que já executou mais de mil solicitações de blindagem, incluindo os veículos do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), para garantir a qualidade e segurança da proteção é fundamental que os consumidores exijam as certificações das empresas fabricantes da matéria-prima a serem aplicadas na blindagem, como vidro e manta. O especialista informa que, para fabricar materiais à prova de bala, as empresas devem ter um título de registro, que está vinculado a uma série de testes, homologados pelo Exército. “É crucial às pessoas que buscam este tipo de serviço, que façam a exigência de uma garantia de todos os produtos utilizados na blindagem, e saibam claramente qual o nível de proteção balística que está adquirindo”, explica.

Exército Brasileiro mostra que o Brasil é líder mundial no segmento%2C com mais de 160 mil carros blindadosReprodução Internet

Existem várias proteções balísticas na blindagem. A mais utilizada no Brasil é o nível III-A, que protege contra praticamente todas as armas curtas de mão, como uma pistola. “Este tipo de blindagem exige a anuência do Exército, com critérios rígidos para a sua liberação, sendo o mais praticado e indicado para veículos de uso civil”, garante Splendore. Ele menciona, ainda, o nível III e IV, que têm o seu uso restrito, com autorizações específicas para uso civil, por estarem vinculados a armas mais pesadas, como é o caso, por exemplo, do fuzil.

O barato que sai caro

Com a maior demanda, a oferta de blindadoras se expandiu. Os consumidores, muitas vezes, são atraídos por preços e garantias que parecem vantajosas, mas Splendore dá um alerta para esta questão. “Estamos falando de vidas. Não dá para obter preços significativamente mais baratos sem a perda de qualidade e, consequentemente, segurança. Não existe meio termo para este tipo de serviço”.

Ele finaliza informando que qualquer veículo pode ser blindado. Entretanto, não indica o procedimento em carros que tenham potência inferior a 150 cv, porque serão adicionados, em média, 160 quilos ao peso normal do veículo. “É uma recomendação que faço, pois haveria, nestes casos, um sobrepeso que prejudicaria o desempenho”. 

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