Grade dianteira hexagonal é mais ampla na nova geração e deixa o modelo mais agressivo - fotos Lucas Cardoso
Grade dianteira hexagonal é mais ampla na nova geração e deixa o modelo mais agressivofotos Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso
Rio - O Onix Plus é a prova que a Chevrolet não brinca em serviço quando o assunto é o segmento dos sedãs compactos. Substituto do já popular Prisma, o lançamento surpreende pelo seu espaço interno, motor potente e nível de tecnologia embarcada, além, é claro, da segurança. Isso tudo, pelo mesmo preço da linha anterior. Com versões a partir de R$ 58.790, que podem chegar a R$ 77.780 na mais completa Premier II, o modelo chega para incomodar concorrentes de peso e tamanho, como Volkswagen Virtus e Fiat Cronos.
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Por uma semana, rodamos com a versão mais completa do sedã, a Premier II. A opção acrescenta rodas de  liga aro 16, faróis do tipo projetor, luzes de posição e lanternas de LEDs e bancos com revestimento de tecido e imitação de couro. Além disso, há ar-condicionado digital, alerta de ponto cego — no corpo do retrovisor e não no espelho, como acontece em outros modelos da Chevrolet —, park assist e interior em dois tons (preto e caramelo).

Nesse período de avaliação, rodamos por cerca de 400 km dentro da cidade e não foram poucas as vezes em que fomos abordados por curiosos. "É o novo Cruze?", questionou um. Um segundo, proprietário de um Cobalt, perguntou se era a nova geração do seu modelo. E a confusão até que faz sentido, já que o Onix Plus tem tamanho para ser confundido com os irmãos maiores. São 4,47 m de comprimento (20 cm a mais que o Prisma), 1,73 m de largura, 1,47 m de altura e 2,60 m de entre-eixos.
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Em comparação com o Prisma, segunda geração tem 20 cm a mais de comprimento e 8 cm a mais de entre-eixos - Lucas Cardoso
Em comparação com a linha anterior, outro quesito que mudou bastante foi o design. As linhas agora estão mais elegantes efluídas. Farol mais afilado com projetores elípticos, DLR no para-choque e grade frontal ampla deram outra cara para o substituto do Prisma. Atrás, uma abertura maior para o porta-malas e lanternas em LED complementam a ideia de subida de categoria. Pena o porta-malas ter perdido 31 litros de capacidade, passando para 469L. O compartimento ainda é maior que o do Cruze que tem 440 litros.

Ao entrar no sedã, a ordem de comparação se inverte e vemos o Onix Plus mais perto do Cruze. Apesar de ter apenas plástico na maioria das superfícies, eles tem aspecto de melhor qualidade e texturas diferentes. No painel central, por exemplo, há apliques em caramelo e detalhes cromados nas saídas de ar-condicionado, painel de instrumentos e console. As peças são muito bem encaixadas e não há rebarbas ou parafusos aparentes. Vale destacar que não precisamos nem tirar a chave do bolso para acessar e dar a partida no Onix Plus, já que a versão Premier avaliada possui chave presencial.
Interior tem design que remete ao irmão maior e mais caro Cruze - Dilvulgação


A posição ao dirigir não lembra nem de longe o que era visto no Prisma. Mais regulável, o banco agora permite dirigir em posição baixa e angular melhor a direção, que tem amplo ângulo de ajuste de profundidade e altura. Não foi difícil encontrar uma posição confortável para guiar o Onix Plus. Os bancos inteiriços em couro sintético tem bom apoio para as costas e pernas. Já o novo volante tem boa pegada e design interessante.

O painel de instrumentos agora tem dois mostradores analógicos (velocímetro e conta-giros) pequenos, mas de fácil leitura. Ao centro, um computador de bordo mostra informações importantes, como dados da viagem, consumo e até a pressão dos pneus. O painel substitui o antigo sistema 100% digital do modelo, que lembrava os painéis vistos em motocicletas.
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Os bancos do Onix Plus são inteiriços e na versão Premier tem revestimento em dois tons - Dilvulgação


O multimídia com tela de 7" em posição flutuante tem desempenho fluido e interface amistosa. Destaque para a facilidade do sistema ao reconhecer o smartphone e iniciar o espelhamento — função incompatível com alguns celulares na geração anterior do MyLink, inclusive no meu. A conexão WiFi é outro ponto alto do interior. O sistema tem qualidade de sinal superior ao próprio 4G dos aparelhos de celulares e permite acesso para até sete dispositivos simultâneos.

Em cidades com congestionamentos intensos, como no Rio de Janeiro, a eficiência energética deve ser fator decisivo na hora de escolher um carro. Apostando nisso, a Chevrolet instalou no Onix Plus o seu novo motor três cilindros turbo 1.0L, chamado por aqui de Ecotec. Ele entrega 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque sempre em baixas rotações (entre 1.500 e 2.000 rpm). Por isso, basta relar o pé no acelerador e pronto, a força já está disponível para às rodas dianteiras. Parece até que a versão tem apelo esportivo.
Motor turbo Ecotec entrega potência de 116 cv e 16,8 kgfm de torque. Interior tem design que remete ao irmão maior e mais caro Cruze. Banco traseiro é espaçoso com pequena elevação no assento central. Controles do ar digital tem design bonito, mas botões giratórios são simples - fotos Dilvulgação
Essa impressão só não é fortalecida porque o modelo não traz aletas atrás do volante para trocas manuais. A alternativa para fazer as mudanças, é colocar o câmbio na posição "L" de Low e depois lidar com os 'incansáveis e incômodos' botões na lateral da manopla. O sistema é pouco interessante e acaba por desestimular o uso da função. Por isso, a melhor opção é ficar na posição "D" e relaxar.

Nessas condições, o sedã compacto fez dentro da cidade 12 km/l, abastecido com gasolina. Isso é 1 km/l a mais do que conseguimos em teste com o Virtus, que também utiliza um motor 1.0 turbo de três cilindros. Nesse ponto, o baixo peso do Onix Plus (1.117 kg) pode ter ajudado — o sedã compacto da VW tem 75 kg a mais e 12 cv a mais de potência.

Outros pontos positivos do sedã compacto são: o isolamento do motor, que gira praticamente sem fazer barulho; as suspensões macias na medida certa; e o espaço interno para quem vai no banco traseiro. A segunda fileira leva com conforto dois passageiros e com alguma dificuldade devido ao assento elevado e duto central alto o eventual terceiro integrante. Mas vale dizer que a porção tem cinto de três pontos e encosto para todos, além de duas portas USB para o carregamento de celulares.

Se mencionarmos ainda os seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, carregador por indução e todos os predicados já citados anteriormente, fica difícil de acreditar que o Onix Plus esteja abaixo dos R$ 80 mil. Ainda mais considerando o atual momento de preços inflacionados do mercado. Com tudo isso, chegamos a conclusão que se o trabalho já estava difícil para concorrência, imagina agora.
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Ficha técnica
  • Preço: R$ 77.790 (R$ 73.190 + R$ 1.590 Pintura vermelho carmim metálica + R$ 3 mil pacote de opcionais)
  • Motor: Ecotec, três cilindros, flex, dianteiro, turbo, 1.0; 12V
  • Potência e torque: 116 cv a 5.500 rpm, 16,9 a
    2.000 rpm
  • Câmbio e tração: automático, seis marchas,
    tração dianteira
  • Direção: Elétrica
  • Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
  • Freios: Discos ventilados (dianteira), tambores (traseira)
  • Rodas e pneus: Liga leve 16 polegadas, 195/55 R16
  • Dimensões: Comprimento (4,47 cm); largura (1,73 m, altura (1,47 m); entre-eixos (2,60 m); peso (1.117 kg); tanque (44 l); porta-malas (469 l)
  • Equipamentos de série: Seis airbags; controles de tração, estabilidade e assistente de rampa; chave presencial (acesso e partida por botão); alerta de ponto cego; park assist; piloto automático; sensores dianteiros e traseiros; câmera de ré; carregador por indução (sem fio); Wi-Fi nativo; vidros elétricos ‘um-toque’; volante com ajuste de altura e profundidade; ar-condicionado automático; mutimídia MyLink 3 de 7 polegadas; banco do motorista com juste de altura; banco traseiro bipartido; Isofix; revestimento em couro sintético de dois tons nos bancos; duas portas USB para o banco traseiro.