Eles estavam bebendo e usando cocaína. A vítima também tomou um comprimido de Viagra, remédio para ajudar na ereção.Renata Cristiane
Antes de ser detida, colocou um vestido cedido por populares que foram até o local da ocorrência. Hágata foi liberada na madrugada deste sábado (17).
Vale ressaltar que o corpo não apresentava qualquer sangramento ou sinal de violência, conforme a polícia. Logo após o ocorrido, chegou-se a divulgar na internet que a travesti teria matado o idoso, o que não é verdade. O exame de autópsia é que vai comprovar a real causa da morte e, ainda, se a combinação de álcool, drogas e o medicamento podem ter levado a uma parada cardíaca e óbito.
A reportagem O Dia conversou com o advogado de Hágata, Pedro Rosa. Segundo Pedro, ela contou em depoimento que os dois mantinham um relacionamento há três anos e se encontravam, esporadicamente, durante a semana. Nesta sexta, por volta das 18h, eles foram para a lagoa na lateral do shopping, próximo à ponte, e ali ficaram um tempo bebendo e usando cocaína. Osmar também tomou um comprimido de Viagra, remédio para ajudar na ereção.
Ainda no depoimento, Hágata contou que durante o ato sexual ele começou a passar mal e foi afundando na água. Hágata, que tem porte físico maior que o da vítima, conseguiu arrastá-lo até a areia e notou que Osmar estava espumando pela boca. Foi nesse momento que ela começou a gritar e pedir socorro. Nesse ínterim, tentou ressuscitá-lo apertando-o contra o próprio peito e dando tapas fortes no tórax da vítima, com esperança de reanimá-lo.
Foi quando, nesse momento, dois pescadores que estavam perto dali, ouviram os gritos e viram a cena dela “batendo” no peito da vítima. Eles ficaram receosos e chegaram a pensar que se tratava de algum ritual religioso. Logo acionaram a polícia e “seguraram” Hágata até que a PM chegasse.
Amigos mais próximos e familiares de Hágata estiveram na delegacia e também prestaram depoimento, onde confirmaram conhecer a vítima e que realmente se tratava de Osmar. Disseram, inclusive, que o idoso ajudava Hágata e a família sempre que podia, com roupas e alimentos.
Por volta da 1h30 deste sábado, Hágata terminou o depoimento, acompanhada do advogado Pedro Rosa, que também é superintendente de Políticas Públicas LGBTI + de Cabo Frio. Na 126ª DP, também aguardavam por ela representantes do Grupo Iguais e do Centro de Cidadania da Baixada Litorânea I e II. Apesar de estar traumatizada, Hágata está em casa e passa bem.
Até o momento da liberação dela, nenhum familiar da vítima havia aparecido. Há informação que ele morava em São Pedro da Aldeia, perto da Casa da Flor.
De acordo com Pedro Rosa, a polícia praticamente descartou a causa da morte como sendo homicídio. Assim que o laudo necroscópico for liberado, sendo comprovada morte por mal súbito, o caso deverá ser arquivado.
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