Nesta quinta-feira (23) tivemos mais um capítulo da saga do ‘Faraó dos Bitcoins’. A Polícia Federal indiciou o dono da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos e mais 21 pessoas. O grupo é acusado de diversos delitos: crime contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e gestão temerária ou fraudulenta. Entre os indiciados está a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, mulher e sócia de Glaidson, que se encontra foragida nos Estados Unidos. As contas de Glaidson e de suas empresas estão bloqueadas por determinação da Justiça.
Também foram indiciados: o empresário João Marcus Pinheiro Dumas Viana e o corretor de imóveis Michael de Souza Magno, conhecido como “corretor das estrelas”. Ambos foram alvos da Operação Kryptos, mas seguem foragidos.
Entenda o caso
O esquema começou a ser desmontado no dia 25 de agosto, quando a PF, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, fizeram a Operação Kryptos. A ação resultou na prisão do ex-garçom, conhecido em Cabo Frio, na Região dos Lagos, como “Rei dos Bitcoins”. As investigações sobre Glaidson e seus cúmplices começaram no dia 28 de abril, quando agentes da Polícia Federal apreenderam R$ 7 milhões dentro de um helicóptero em Armação dos Búzios com destino a São Paulo. O dinheiro estava dentro da aeronave com Glaidson e Mirelis, que embarcavam com três malas, onde o dinheiro foi encontrado.
Depois da prisão de Glaidson, a PF descobriu cerca de R$ 15,3 milhões em dinheiro vivo. Ele teria movimentado, em seis anos, cerca de R$ 38 bilhões. A polícia desvendou ainda que Glaidson é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e que fez inúmeras doações para a entidade religiosa. Segundo levantamento da Receita Federal, as transferências do acusado à Iurd foram de aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020. A igreja, porém, confirma ter recebido valores ainda mais altos, de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 a 12 de julho de 2021.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.