Família visita túmulo no cemitério do Jardim Esperança, em Cabo Frio, e encontra local tomado por matoSabrina Sá (RC24h)
De acordo com o relato, o cenário do local era de total abandono. O matagal tomou conta do terreno, dificultando até a localização das covas. Para encontrar o ponto exato onde o ex-companheiro estava enterrado, a avó de Raphaela teve que abrir o mato com as próprias mãos, já que passava da altura do joelho.
“Fomos lá para tentar acalmar nosso coração e amenizar a saudade com uma visita, mas tudo só piorou. A sensação é de que estávamos em um terreno abandonado, era que tínhamos abandonado ele ali. Eu nunca havia presenciado uma cena tão triste como aquela… Minha avó abrindo o matagal em busca do marido… A vontade de chorar era tão grande que fiquei até sufocada tentando aguentar por ela. Está crescendo mato até de dentro das covas de cimento. Um descaso total”, lamentou a mulher.
Ainda de acordo com a denúncia, um funcionário do local cobrou um valor extra para limpar o local. “A senhora quer que a gente limpe? A gente limpa, mas tem que pagar”, disse o homem, rindo, quando questionado sobre a situação do terreno.
O ocorrido só deixou a família mais abalada três meses depois de perder uma pessoa querida.
“Uma visita que era para acalmar o coração, só nos trouxe mais tristeza. Minha avó não dormiu se culpando por ele estar lá, parecendo um ninguém, uma pessoa que foi enterrada escondida, sem família, sem amor… E está longe disso ser verdade. A vontade era de sair cortando tudo, até dos falecidos que não tinham nenhuma ligação com a gente, porque é de dar um nó na garganta. Não desejamos esse sentimento para ninguém. Ninguém merece ver um ente querido abandonado daquela forma…”, concluiu o desabafo.
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