O pequeno Dominick ficará sob a guarda dos tios. Foto: César Ferreira.

Por Bertha Muniz
CAMPOS - Uma festa com direito a bolas temáticas, bolo, docinho e muito carinho marcou a alta do bebê Dominck, de apenas quatro meses, nesta quarta-feira (9). Vítima de espancamento, a criança estava internada no Hospital Ferreira Machado (HFM) desde o dia 2 de abril, permanecendo intubado na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) em boa parte do período de internação.
O marido da tia do bebê, Agnaldo Rangel, afirma que presenciou um verdadeiro milagre. “Meu sobrinho ficou internado por mais de dois meses, saiu da intubação e voltou por três vezes. O sentimento agora é de gratidão a todos que participaram e que oraram por ele. Que a vida dele seja normal e longa”, comentou emocionado.
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Ainda segundo Agnaldo, o tratamento na unidade hospitalar foi fundamental para a recuperação do bebê. “Gostaríamos de agradecer aos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pessoal da limpeza, funcionários da portaria e, principalmente, ao Dr. Arthur Borges, que foi um anjo em nossas vidas. Sempre que precisávamos ele estava lá para nos atender e conseguiu tudo que a gente precisou para a recuperação do Dominck”, relatou.
“Nosso papel enquanto médico e superintende do HFM é buscar todos os recursos necessários para garantir a restabelecimento dos nossos pacientes. O caso de bebê sensibilizou toda a nossa equipe e a recuperação dele nos enche de orgulho, além de reforçar a certeza de que devemos continuar zelando pela vida de cada um dos nossos pacientes. Aproveito também, para agradecer o empenho de cada um dos profissionais dessa maravilhosa equipe, que hoje festeja a alta do bebê, que estava sob os nossos cuidados há quase 70 dias”, comemorou o superintendente do HFM, Arthur Borges.
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Relembre o caso
Na época com apenas dois meses, o bebê de apenas foi levado para o hospital de São Fidélis no dia 2 de abril pelos próprios pais. O casal foi parar na delegacia após a equipe médica do hospital ter constatado lesões corporais visíveis e recentes na criança.
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Segundo a equipe responsável pelo primeiro atendimento médico, o bebê chegou ao hospital com diversas lesões, como afundamento de crânio, fratura de costelas e mordidas pelo corpo, inclusive em estágios diversos de evolução, o que, segundo a polícia, tende a caracterizar a denominada síndrome de Silverman, ou síndrome da criança espancada.
Ele precisou ser transferido para o Hospital Ferreira Machado, em Campos. De acordo com a Polícia Civil, o próprio pai de 20 anos confessou ter agredido o filho durante depoimento, e disse que o fez porque a criança estava chorando demais. O casal foi conduzido, inicialmente, à 141ª DP em São Fidélis, mas foram encaminhados para a central de flagrantes na 134ª DP em Campos.
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Antes do pai confessar o crime, a mãe do bebê de 21 anos chegou a dizer que ela e a criança teriam sido sequestradas por homens não identificados, após saírem de casa à procura do marido, que teria saído cedo sem dizer aonde ia. Ainda segundo a mãe, os supostos criminosos teriam colocado ela e o bebê em um veículo, onde teriam agredido somente a criança e depois liberado os dois.
A versão, no entanto, foi desmentida pelo marido quando o casal foi separado para prestar depoimento individualmente. O pai então disse aos policiais que perdeu a cabeça e espancou o filho porque se irritou com o choro insistente da criança.
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Os presos foram autuados em flagrante, o pai pelos crimes de tortura e lesão corporal e a mãe por tortura por omissão.