Grupo de voluntários, contemplado no projeto Territorialização e Aceleração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promove mutirões agroecológicos para alimentar famílias carentes.Foto: Divulgação.

CAMPOS - O Brasil persegue a queda do índice de magreza acentuada na infância, há décadas, em função do quadro de desnutrição em todo país. Em Campos dos Goytacazes, esse índice, que vinha se reduzindo nos últimos 10 anos, com queda de 2,6% para 1,64% (2018), voltou a se elevar, chegando a 2,49% (2019). Essas informações integram o relatório do projeto Territorialização e Aceleração dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que busca fortalecer o poder público local e a sociedade civil em prol de transformações que melhorem as condições de vida das comunidades em que a Petrobras atua.

Concluído no final de julho, o Territorialização dos ODS teve como resultado 119 projetos propostos em 28 municípios de 14 estados brasileiros. Ao longo de dois anos, contou com 28 grupos de trabalho e mais de 25 mil participantes em quase 250 horas de treinamento. Foram realizados 73 webinars e apresentados estudos elaborados especialmente para cada um desses municípios: o Diagnóstico Situacional de Indicadores Municipais ODS e a Avaliação Rápida Integrada do Plano Plurianual (2018-2021).

A parceria entre Petrobras e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) teve como objetivo promover a formação e assessoria técnica para pessoas das comunidades locais, incluindo as que atuam na gestão de políticas públicas, com foco no fortalecimento de iniciativas embasadas em dados técnicos e alinhadas aos ODS. Permitiu ainda a identificação, de forma colaborativa, das necessidades de cada região e o envolvimento das comunidades em temas fundamentais para o planejamento das gestões municipais.

Campos dos Goytacazes

Os dados do relatório do PNUD mostram a importância de o munícipio estimular iniciativas que ofereçam soluções para o quadro de desnutrição infantil, agravado pela pandemia. E a proposta de voluntários campistas que já atuavam com hortas comunitárias aponta o associativismo como caminho para o bem-estar social e o alcance dessas soluções.
No começo de 2021, o grupo conheceu a proposta do Territorialização dos ODS e imediatamente foi convidado a integrar a carteira de projetos do PNUD por atender ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 - Fome zero e Agricultura sustentável e mais oito ODS, em sua região.

Nasceu daí o projeto Mutirões agroecológicos para o exercício pedagógico do Bem Viver na Baixada Campista. A iniciativa visa promover o diálogo de saberes escolares e populares a respeito de agricultura, se utilizando de espaço público pela e em prol da comunidade de Farol de São Thomé, em Campos de Goytacazes.

No cronograma das hortas, está prevista a colheita, em outubro, de alface, couve, cebolinha, tomate, coentro, hortelã, boldo e salsa; em novembro/dezembro, estes mesmos alimentos, além de abóbora e pimentão. Mais adiante devem ser colhidos: brócolis, agrião, urucum (produto que compõe o colorau), abacate, banana, laranja, limão, mamão e maracujá. A proposta inicial é atender a 12 comunidades (um mutirão por mês), em torno de 50 famílias.