Coluna Atila Nunes 13_03_2021Paulo Esper

Por Átila Nunes
Convivendo com médiuns há décadas, visitando centros e terreiros de todos os segmentos, é natural que, pessoas leigas, apenas curiosas, me façam a clássica pergunta: “Como posso saber se sou médium?” Na verdade, todos nós temos algum tipo de mediunidade, no mínimo, somos todos um pouco sensitivos.

Tem algumas pistas fáceis de identificar médiuns. Médiuns sabem o que aconteceu sem precisar que lhes digamos. É mais do que intuição. Não tem nada a ver com poderes da mente. Os próprios médiuns não sabem explicar as razões desses sentimentos e sensações tão aflorados em relação às demais pessoas.

Outra pista se revela naqueles que trazem um tipo de mediunidade que detecta imediatamente um ambiente “carregado” de energias negativas. Pode ser uma casa, uma festa, um shopping ou um estádio, lugares onde se encontram muitas pessoas. Outro tipo de mediunidade típica dos gêmeos, é aquela em que se sente emoções de amigos e familiares, estejam perto ou longe, a quilômetros de distância. Não se trata de uma simples ligação afetiva, é muito mais. Sente-se o que outros estão sentindo.

A mediunidade pode ser identificada também nas pessoas que têm uma mediunidade aflorada, que podem sentir eventualmente uma desconforto, como cansaço, como se sua energia estivesse sendo drenada. Isso ocorre, invariavelmente, quando se depara com os chamados “vampiros energéticos”, pessoas que vivem reclamando de tudo e de todos, sempre com comentários negativos em relação a sua vida.

Minha saudosa mãe tinha um tipo de mediunidade curiosa: aquela em que surge, do nada, a intuição se se deve ir ou não a um lugar, o que lá pode ocorrer. Esse tipo de mediunidade chama atenção para a possibilidade de acontecimentos ou encontros ruins.

Bem, estar profundamente ligado quase sempre com que se ama, é comum. Para quem é médium, contudo, é impressionante como se começa a pensar numa pessoa querida e eis que, de repente, ela faz uma ligação ou bate à porta. Isso acontece com frequência quando as pessoas queridas precisam lhe falar.
Já os que têm a mediunidade mais exposta, definitivamente são intolerantes aos noticiários de TV, sempre carregados de notícias ruins, quando trazem notícias de pura maldade, como assassinatos, estupros etc. Por isso, a maioria desses médiuns prefere ficar lendo, ouvindo música, ter contato com a natureza. Ah, sim, são ótimos ouvintes para os que adoram uma bate-papo.

É óbvio que essas pequenas pistas para identificar pessoas com dons mediúnicos, pessoas que buscam literatura que as faça compreender mais ainda o que sentem, como publicações esotéricas, terapias alternativas, holísticas e por aí vai. Na verdade, todos que sentem a influência de espíritos, seja qual for a intensidade, é médium. Não é um privilégio, embora pareça ser, já que são raras as pessoas que não possuem mediunidade, pelo menos, de forma simples, quase imperceptível.


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Qual a importância dos ensinamentos de Jesus para o espiritismo? Carlos Barbosa Werneck (zap final 57)
Para os que se consideram espíritas, Jesus é o espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra, um guia e modelo para a humanidade. Jesus representa a perfeição moral um ser puro.

Minha esposa foi casada duas vezes. Quando eu desencarnar minha esposa ficará comigo? (Sergio - zap final 64)
Pelo que entendi, Sérgio, ela já fez sua passagem. É improvável que ela “fique” com você. Quando desencarnamos, somos acolhidos numa dimensão em que alguns sentimentos, como a ligação marital, não são relevantes, diante da necessidade de se passar por experiências para a evolução do espírito. Do “outro lado”, tudo aquilo que era importante aqui no nosso mundo, deixa de ser fundamental. Quando você se for daqui, poderá até encontrar sua esposa, mas seguirá seu próprio caminho.

Parabéns pelo artigo, especialmente quando você diz que a Doutrina Espírita não é religião. Não é, embora até espíritas entendam que é. Faço uma pequena correção: as religiões Umbanda e o Candomblé são respeitáveis, porém não são correntes do espiritismo, são espiritualistas. Não se trata de clamar por uso exclusivo do termo, mas apenas esclarecer. Desse modo, muitos que falam "espiritismo kardecista" estão em redundância (Ricardo Elói – zap final 16)

Ricardo Elói, era quase certo que surgisse esse comentário. Se seguirmos literalmente o que é dito por Allan Kardec, o inspirador da Doutrina Espírita, poderíamos afirmar que os seguidores da Umbanda são espíritas. Segundo ele, o Espiritismo, termo cunhado em 1857, é uma “doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensino dos espíritos (...) o verdadeiro espírita é aquele que busca transformar-se moralmente”. É o que fazem os médiuns nos terreiros de Umbanda. De qualquer forma, a expressão “espírita” está presente no inconsciente dos 215 milhões de brasileiros. Para todos eles, quem crê na existência dos espíritos é espírita. De qualquer forma, foi oportuna sua observação.