ATILA9ABRARTE O DIA

De todas as manifestações, as que mais chamam atenção são as que almas se tornam visíveis. Espíritos podem tornar-se visíveis, principalmente durante o sono. Durante o sono, quando o corpo repousa, nosso espírito se desprende dos laços materiais, fica mais livre e pode ver outros espíritos, com os quais entra em comunicação. Algumas pessoas os veem quando acordadas, o que é raro.

Crianças são mais facilmente receptivas a visões ou aparições, o que céticos podem alegar que são alucinações. Os espíritos podem tornar-se visíveis para crianças sob aparência humana. É muito mais comum que possamos imaginar, casos de crianças que alegam ter amigos invisíveis, chamados pelos psicólogos de amigos imaginários. A infância diz respeito a uma época de aprendizado e descobertas, quando as crianças estão ainda mais próximas da vida espiritual, pois reencarnaram há pouco tempo.

Na infância, há maior conexão com a vida espiritual, por isso sua mediunidade mais aflorada, com visões e percepção de ruídos e vozes. Espíritos estão por toda parte e crianças os percebem por causa de sua mediunidade natural. Seus amigos imaginários são, na maioria das vezes, espíritos. E podem até influenciar como a criança age. Crianças têm uma grande antena psíquica de emissão e recepção de energia. Elas estão o tempo inteiro criando pensamentos (energia), como estamos recebendo pensamentos - energias psíquicas -, de padrões equivalente aos nossos, segundo o estudioso espírita André Marouço.

Os espíritos podem sim, influenciar. Os pais e os professores devem agir com naturalidade quando a criança contar algum episódio com um amigo imaginário. É bastante comum crianças notarem a presença de amigos imaginários ou até mesmo de familiares ou pessoas que já desencarnaram. Algumas relatam que brincam com os espíritos. Tudo isso faz com que pais e educadores fiquem assustados ou preocupados.

A reencarnação se completa quando a criança faz sete anos. Nesse período, ela é mais suscetível às manifestações mediúnicas como ver, ouvir e conversar com espíritos. No período da infância os pequenos estão mais acessíveis às impressões que recebem e que auxiliam seu adiantamento espiritual. Um colaborador espiritual é designado para acompanhar a reencarnação do espírito até que ele atinja os sete anos, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. Depois desse período, a sua tarefa de orientador será amenizada.
Todos os encarnados são dotados da capacidade mediúnica, mas nem todos a desenvolvem. Há crianças que são médiuns. Nelas, as percepções e manifestações não se interrompem ao longo dos anos. Crianças têm ligações mais tênues com o corpo físico, assim como os doentes terminais, em que a ligação espírito-corpo já se enfraqueceu e eles podem ver os espíritos.

Na medida que a pessoa cresce, vai se tornando ainda mais forte a ligação com o corpo e ela vai deixando de vê-los. Repetindo: nem todas as crianças veem os espíritos. É natural que os vejam, mas não é obrigatório que isso aconteça. O que também pode confundir quem não está muito por dentro do tema é achar que a criança é médium só porque teve um episódio em que viu, ou ouviu um espírito.
Nem sempre a visão de espíritos pelas crianças caracteriza mediunidade. O fenômeno pode ser passageiro. Quando não é mediunidade, essas visões desaparecem entre 6 e 8 anos de idade. Os amiguinhos imaginários costumam desaparecer por volta dessa idade.

Um sinal de mediunidade é quando a criança começa a relatar visões e conversas com os espíritos. Se essas manifestações ganham caráter mais constante, bem ostensivo e persistem até a pré-adolescência e juventude, indica mediunidade. Logo, uma visão que ocorreu apenas uma vez, por exemplo, não é considerada indício de mediunidade.

Os pais devem observar cuidadosamente o comportamento da criança para ver se elas não estão influenciadas por algo que viram na TV ou em filmes. Pode ser que elas estejam adotando tais posturas apenas para chamar a atenção. É importante discernir e checar tudo isso na hora de avaliar se a criança está realmente vendo espíritos.

Os pais não devem forçar seus filhos a desenvolverem mediunidade, segundo a estudiosa espírita Sonia Zaguetto. Se a criança tiver idade suficiente para compreender o que está acontecendo, os pais devem explicar a ela a situação, procurando não fazer disso um fenômeno extraordinário que gere medo. Se os pais não se acharem em condições de conversar com a criança pelo desconhecimento do assunto, podem recorrer a um centro espírita, em que as pessoas mais experientes poderão orientá-los sobre a forma abordar o assunto com a criança.

Por outro lado, os pais devem evitar a negação pura e simples, pois a criança pode se sentir acusada de ser mentirosa e desenvolver outros problemas. E muito menos, a valorização excessiva do fenômeno. Demonstrar medo só deixará a criança mais nervosa e insegura, além do que, não se deve temer os espíritos. Criar expectativas também é uma imprudência. Os pais devem agir com a máxima naturalidade e ouvir a criança quando ela falar espontaneamente do assunto, sem criticá-la ou ridicularizá-la, sem se mostrar assustados, nervosos, inquietos ou vaidosos e orgulhosos diante do fenômeno que acontece com o filho.

Átila Nunes