Arte coluna BISPO 27 fevereiroArte Paulo Márcio
O cérebro humano, assim como dos animais, está condicionado a reagir diante das situações de perigo. É por isso também que, quando alguém encosta numa panela quente, por exemplo, a pessoa instintivamente afasta a mão. O grande problema é que fazemos a mesma coisa em se tratando de relacionamento.
Quando uma pessoa grita, ofende, trata com descaso ou deixa você irritado, seu reflexo instintivo é devolver aquela categoria de tratamento “na mesma moeda”. A coisa acontece tão rápido, que, quando você percebe, já falou o que jamais diria numa situação normal. Os resultados desses comportamentos “automáticos” são catastróficos.
Na Política e na Economia, as reações acontecem o tempo todo. Acontecimentos importantes fazem as bolsas de valores despencarem de uma hora para a outra. Decisões políticas impactam diretamente as sociedades. Temos o exemplo recente da tensão mundial após o presidente russo Vladimir Putin iniciar ataques à Ucrânia. Líderes internacionais reagiram imediatamente planejando duras sanções contra a Rússia.
É importante entender que reagir e responder são coisas diferentes. Enquanto a reação é automática, a resposta é o ato consciente, pensado. O psiquiatra austríaco Viktor Frankl explica que, entre o estímulo e a resposta, há um espaço. E, neste espaço, está nosso poder de escolher uma resposta. Além dessa opção, temos ainda a escolha de ficar quieto. E, em alguns momentos críticos, essa é a melhor coisa a ser feita.
Quando alguém provocar você a tomar uma decisão sobre a qual você não está seguro, fique em silêncio. Quando se sentir tentado a assumir um gasto pelo qual talvez não possa pagar, fique em silêncio.
Como nos lembra o livro de Eclesiastes “há tempo de calar e tempo de falar. Tempo de amar e tempo de odiar. Tempo de guerra e tempo de paz”, (Eclesiastes 3). A sabedoria do ser humano reside em utilizar bem o seu “espaço de decisão”.
Segue um conselho de ouro: "Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazíguem a sua ira antes que o sol se ponha”, (Efésios 4.26). Lembrar das palavras de Jesus descritas em Lucas também pode ajudar: "Não julguem e vocês não serão julgados. Não condenem e não serão condenados. Perdoem e serão perdoados”. (Lucas 6.37).
Use com racionalidade o seu poder de decisão. Deus te abençoe a tua semana.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.