Arte coluna Bispo 14 agosto 2022Arte Paulo Márcio

Estar satisfeito pode ser um estado de espírito inatingível para alguém que experimenta a vida como se nada fosse suficiente para agradá-lo. Esse comportamento é similar a uma compulsão, ou seja, transforma-se em uma imposição interna incontrolável que faz o sujeito nunca saciar seu desejo. Ele vive numa esperança de que algo aconteça. E, quando alcança aquela expectativa, não aproveita e nem valoriza, mas cria outro desejo com a crença de que irá o satisfazê-lo.

Algumas características podem ser facilmente identificáveis: são pessoas ingratas e queixosas. A incapacidade de ser grato ofusca a forma de enxergar a vida e te deixa insatisfeito, já que está sempre esperando o melhor em tudo e mesmo esse melhor não te agrada. Todo ingrato considera os benefícios que o outro lhe oferece como uma obrigação, nada a mais.

Em seus discursos têm sempre o que falta, o que merecem receber, o que o outro deixou de fazer. Infelizmente, não consegue valorizar o esforço de ninguém. A ingratidão é, sem dúvida, uma armadilha mental que impede a pessoa de ser feliz.
De acordo com Martin Seligman, “não é a felicidade que nos torna gratos, mas a gratidão que nos torna felizes. Portanto uma das formas de encontrar a satisfação na vida é aprender a agradecer por tudo o que lhe acontece, sendo bom ou ruim. Isto irá contribuir no seu processo de amadurecimento.
Ser grato ou ingrato é um hábito, logo, pode ser alterado. As pessoas queixosas têm o hábito de murmurar, reclamar o tempo todo. Como não se sentem realizadas internamente, sempre exteriorizam seus dissabores. Alguns murmuradores não percebem que são desagradáveis no seu convívio, por isso as pessoas se afastam, outras não.

O conselho do filósofo Mario Cortella, nesses casos, é bem-vindo: “Quando estiver no fundo do poço, a primeira coisa a fazer para sair dele é parar de cavar". Quanto mais nos queixamos de algo, mais nos afastamos do caminho da solução. A insatisfação pode ter seu lado positivo. Quando pontual e utilizada como motivação para se alcançar algo melhor.
Mas, quando se faz dela uma forma de viver constantemente mergulhada em descontentamento, ela faz a pessoa não conseguir aproveitar as oportunidades que a vida lhe oferece. Uma pessoa que vive cronicamente desgostosa com a vida, com o que lhe acontece ou com as pessoas que lhe rodeiam, dificilmente deposita sua confiança em Deus.

A Bíblia nos adverte que esse tipo de confiança em seres humanos nos traz prejuízos e afirma: “... Não verá quando vem o bem”, Jeremias 17:6a. Na Bíblia, em Efésios 4:31-32, o Apóstolo Paulo nos adverte: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.

Pense Nisso. Deus abençoe a tua semana.
Bispo Abner Ferreira