Farol da Ilha Rasa completa 190 anos  - Luiz Flávio - Reprodução Wikipedia
Farol da Ilha Rasa completa 190 anos Luiz Flávio - Reprodução Wikipedia
Por Thiago Gomide
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade se inspirou no farol da Ilha Rasa. A poesia “Noturno à janela do apartamento” termina dessa forma:
“A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
triste farol da Ilha Rasa”.

A obra foi construída no período do Estado Novo ( 1937-1945),a ditadura Varguista, indicando um futuro, digamos, desanimador pro país.
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Getúlio, inclusive, usou a ilha como prisão.
Vamos sair da república e partir pra 1808. Vinda da família real. Fuga de Napoleão Bonaparte.
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Dom João VI, o rei de Portugal, ordenou que tivéssemos um farol para auxiliar os navegantes que chegavam ao Rio de Janeiro.
Há dados que indicam que, já naquele começo de século XIX, quase dois mil navios transitavam anualmente pela nossa costa.
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O objeto foi construído na França com o que tinha de melhor. Não era pra economizar. Modernidade. Lampejos brancos e vermelhos de três em três minutos. Óleo de baleia aos montes pra fazer o troço funcionar.
Valia tudo, contanto que estivesse de pé.
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Ficou pronto em 1825, mas no caminho para o Brasil teve um probleminha: corsários argentinos atacaram o navio e sequestraram o farol.
Muy amigos, los hermanos!
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Negocia daqui, negocia dali, “pero que si, pero que no”, e finalmente o Farol foi liberado em 1829.
Técnicos franceses vieram instalar a belezura onde até hoje se encontra. 31 de julho foi a data.
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Detalhe chato: Dom João VI, que tanto insistiu, não viu a inauguração. Ficou sabendo lá de Lisboa. A família real voltou em 1821.
Detalhe pra quem gosta de número: o Farol tem 3 andares e 26 metros de altura.
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Quem administra o local é a Marinha do Brasil. A Ilha Rasa, que faz parte do Arquipélago das Cagarras, é fechada à visitação.
Pena.
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Fogueira na Ilha Rasa
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Antes mesmo da instalação do farol, a Ilha Rasa era uma referência pra quem chegava de navio ao Rio de Janeiro.
É que um homem, provavelmente uma pessoa escravizada, acendia um fogueira todas as noites.
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Pra isso, ele recebia um cascalho. Por isso, ele talvez seja o primeiro faroleiro sem farol da história do Brasil.
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Preso famoso na Ilha Rasa
O poeta e dramaturgo José Oiticica, um dos articuladores da Insurreição anarquista de 1918, ficou preso lá nesse mesmo ano. 
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Farol recauchutado
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Com o passar dos anos, o farol foi recebendo upgrades.
Daquele de 1829, praticamente só restou a carcaça.
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Quatro suboficiais da Marinha mantêm o farol funcionando.
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Bisavô de ex-subsecretário foi faroleiro
Antônio Espiridião da Silva trabalhou como faroleiro na Ilha Rasa de 1918 a 1923.
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Ele é bisavô de Philipe Campello, ex-subsecretário de Turismo do município do Rio de Janeiro de 2014 a 2016, hoje diretor da Rio Convention & Visitors.
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Série na TV Brasil 
A TV Brasil está com uma série bem bacana sobre faróis brasileiros.
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O que versa sobre o Farol da Ilha Rasa é esse