O escritor Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881 e o Rio de Janeiro foi cenário de suas obras - Reprodução Wikipedia
O escritor Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881 e o Rio de Janeiro foi cenário de suas obrasReprodução Wikipedia
Por Thiago Gomide
Os múltiplos olhares de Lima Barreto despertam atenção. É impossível passar incólume pela obra do jornalista e escritor.

As crônicas e contos nos levam para cenários históricos. Em um piscar, podemos estar na praça XV ou no Campo de Santana, redutos imperiais na então capital do Brasil.

Em um outro piscar, podemos estar na Avenida Rio Branco ou na rua do Ouvidor, redutos da Belle Époque do Rio de Janeiro.

O leitor não é mais um ao lado de Lima Barreto. E o dia 13 de maio de 1888 não passou desapercebido na trajetória – e obra - dele.

Negro, no dia da assinatura da Lei Áurea, ele completava 7 anos.

Aproveitando a circunstância histórica, o pai levou o menino para assistir o evento que pararia o Paço Imperial.

Depois de séculos de escravidão, ostentando a terrível marca de ser um dos últimos países do mundo a acabar com a exploração comercial de humanos, Princesa Isabel, filha do Imperador Dom Pedro II, assinaria o documento que botava um ponto final.

Lima Barreto se tornou um dos grandes nomes da nossa literatura e um grande defensor dos direitos iguais entre negros e brancos. O olhar afiado dele para as diferenças sociais chama atenção.

“Lima Barreto era irreverente. Ele foi punido com o silêncio dos intelectuais da época por não se calar às injustiças que assistia. Desejava que eles fossem mais ativos socialmente. Considerava a sociedade hipócrita e não teve medo de enfrentá-la”, revela a guia de turismo Juliana Fiúza, pesquisadora da obra e dos passos do escritor.
Fiz um vídeo contando os detalhes desse dia tão marcante. Clique aqui pra ver. 

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O Rio de Lima Barreto

A guia de turismo Juliana Fiúza, do canal e página no Facebook “Papo de Guia”, promove uma caminhada mostrando o Rio de Janeiro de Lima Barreto. A relação dele com dogmas e desafios culturais de sua época também são pautas.

“Lima Barreto conheceu as obras da Biblioteca Nacional e criticava o prédio construído. Ele acreditava que os prédios suntuosos não eram para a população pobre, e questionava se mulheres que não possuíam joias poderiam subir as escadarias do Theatro e da Biblioteca. Na mesma área, em 1911, ele fez um levantamento do feminicídio na cidade, quando esse nome ainda nem existia, e conta um caso de uma mulher que levou um tiro do ex companheiro no Largo da Ajuda, onde hoje é a Cinelândia. Lima Barreto faz um apelo aos homens que deixem as mulheres amarem em paz”, revela Juliana.

Além de Lima Barreto, há também passeios mostrando o Rio de Machado de Assis e de José de Alencar.

Todas as informações você encontra clicando aqui

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Quer saber mais do Lima Barreto?

A coluna indica duas biografias:

1. “Lima Barreto, triste visionário”, de Lilia Moritz Schwarcz, pela editora Companhia das Letras. A professora contextualiza o final do século XIX e começo do século XX, trazendo o escritor para dentro dos acontecimentos marcantes desse período.

2. “A vida de Lima Barreto”, de Francisco de Assis Barbosa, pela editora José Olympio. É um grande passeio pelos fatos importantes vividos pelo biografado.

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Quer ler Lima Barreto?

A coluna indica o romance “Clara dos Anjos”.

É uma pedrada em assuntos até hoje debatidos. Exemplos? Papel das mulheres na sociedade e preconceito racial.

Thaty Leitte, neta da escritora Gabriela Leite, e criadora do canal “Vá ler um livro”, fez um bom apanhado dessa obra. Clique aqui pra ver. 

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Busto na Lavradio 
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Lima Barreto nasceu em Laranjeiras e morou em diversos cantos da cidade, do Flamengo a Ilha do Governador, passando pela Rua do Lavradio. 
Em 2011, foi instalado na rua um busto do escritor. 
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Lima morreu pobre em 1922. 
Está enterrado no São João Batista. 
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Vaga na Academia Brasileira de Letras
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Lima tentou duas vezes entrar na ABL. Foi derrotado em ambas.
Na terceira, desistiu. 
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Tal qual Lima Barreto, o poeta Mario Quintana também pleitou uma vaga. Perdeu para José Sarney. 
Desce o pano.  
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Escravidão em 2019 
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Mais de 40 milhões de pessoas ainda são vítimas de trabalho escravo no mundo. Os dados são da ONU, Organização das Nações Unidas. 
No Brasil, desde 1995, mais de 50 mil pessoas foram resgatadas em situação de trabalho análogo a escravidão. 
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Reportagem da ONU sobre? Clique aqui
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A coluna é dedicada ao jornalista e historiador Jorge Melo, grande fã de Lima Barreto.