Confiança e respeito na UniRio: vendedores acreditam que consumidores irão pagar o quanto é cobrado pelos alimentos.  - Thiago Gomide
Confiança e respeito na UniRio: vendedores acreditam que consumidores irão pagar o quanto é cobrado pelos alimentos. Thiago Gomide
Por Thiago Gomide
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UniRio. Urca. 21.08.19.  
Em cima de um murinho, é possível perceber diversos recipientes de estilos variados. Alguns coloridos. Outros sóbrios. Alguns de isopor. Outros de plástico. Somente uma coisa em comum: dentro deles, alimentos. 
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brownie, sanduíche de atum, brigadeiro, empadão e por aí segue o rodízio que nos leva ao ápice da gastronomia tipicamente universitária.
Saudade. 
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Os preços, costumeiramente baratos, estão nítidos ora fixados nos próprios recipientes, ora nos cofrinhos que os acompanham, formando um tipo de kit “pegue e pague”.
Todos os dias úteis, centenas de consumidores fazem dali uma Meca da honestidade. Pegam o querem comer, depositam a grana e se vão. Como se isso fosse um ato rotineiro. 
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Os vendedores, que são alunos e funcionários, não ficam de olho. Não há câmeras. Nem outros controles.
E troco? Também não tem. Não é incomum botar um dinheirinho a mais. Não é incomum botar um dinheirinho a menos, completando em um segundo momento.
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Faz parte do jogo.  
“Em 1993, existia um aluno de teatro, aqui na UniRio, chamado João Pimenta. Ele vendia sanduíches maravilhosos. Fazia muito sucesso o de atum. João chegou a vender 120 sanduíches por dia. O dinheiro ajudava. O problema é que as pessoas procuravam o João a todo momento, atrapalhando a aula. Ele tinha que sair sempre”, disse o professor e diretor de teatro Rubens Lima Junior.
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Conhecido como Rubinho, Rubens Lima Junior é um dos grandes expoentes do teatro musical no país. Na universidade, entre tantas ações, lidera pesquisas sobre o gênero tão valorizado e concorrido na Broadway.
“Indiquei a ele que copiasse um fato que presenciei em Genebra: você podia comprar flores e botar a moeda. O vendedor não ficava presente”, completou o professor.
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João seguiu a dica e pôs os sanduíches no muro em frente à estátua do modernista Mario de Andrade. Uma placa avisava que as iguarias foram feitas por ele, certificando a procedência, e indicava que as pessoas fossem honestas.
Criou a tradição. 
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Onde está João Pimenta?
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João Pimenta não se formou. A coluna não descobriu o futuro do rapaz.
Se alguém souber, avise. 
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Por falar em UniRio
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Vai até o dia 22 de agosto, no Teatro Glauce Rocha, a apresentação do clássico "Macbeth", do William Shakespeare, com tradução da saudosa Bárbara Heliodora.
“Macbeth” discute a ambição, trazendo pra cena um general (escocês,ok?) em busca pelo poder.
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A direção da montagem é do Fred Veloso. Veja o elenco: Amanda Wanderley, Jean Machado, Livia Ferrari, Lízia Bueno, Maria Clara Cristóvão, Rafael Delgado, Raquel Monteiro, além do próprio Fred Veloso.
Entrada gratuita. A peça começa as 20hs. A UniRio fica na Avenida Pasteur, 296, na Urca.
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Por falar em confiança – versão boteco
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O saudoso Alfredinho, do clássico Bip-Bip, em Copacabana, também apostava na confiança.
Os consumidores pegavam a cerveja e anotavam em um caderno. Alfredinho ficava no samba, organizando o furdunço.
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Não recordo de problemas.
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Por falar em confiança – versão café
No Menezes Cortes, no Centro, há o mesmo esquema: você toma um cafezinho e deposita a grana no local indicado.
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Faz fila.