Os irmãos argentinos Sergio e Claudio brincam com dois torcedores do Flamengo perto da réplica da taça da Libertadores: final épica  - Gilvan de Souza
Os irmãos argentinos Sergio e Claudio brincam com dois torcedores do Flamengo perto da réplica da taça da Libertadores: final épica Gilvan de Souza
Por Thiago Gomide
Tá enjoado esse time do Flamengo. Tá brabo de vencer.

Já tem gente comparando com o de 1981, campeão Mundial.

Sei não. Zico, Junior, Adílio...

Vamos voltar mais no tempo. 1885.

Quem diria que o Clube de Regatas do Flamengo nasceu no antigo número 22 da praia do Flamengo, hoje número 66?

O casarão onde morava Nestor de Barros, jovem, atleta, da turma que amava remar. Ele e os amigos, também apaixonados pelo esporte, resolveram comprar um barco velho e é assim que começa a história do clube de maior torcida do Brasil.

O barco se chamava Pherusa. Logo na primeira volta, saindo da praia de Ramos rumo à praia do Flamengo, uma tempestade pegou a turma de surpresa. A embarcação foi para o buraco. Virou.

Dizem que foi até milagre que salvou. O fato é que os remadores sobreviveram e consertaram a Pherusa.

Não adiantou muito não: roubaram o barco. É, nunca foi fácil.

Lado positivo: a turma do Nestor cotizou e comprou um segundo barco para remar. De leva, eles resolveram montar o Clube de Regatas do Flamengo.

Dia 17 de Novembro de 1895.

Na reunião que oficializou o nascimento da agremiação, ficou decidido que a data deveria ser 15 de Novembro, para respeitar o dia da Proclamação da então jovem República.

O futebol só iria aparecer muito tempo depois da fundação. E isso aconteceu por causa da um rapaz com vida dupla.

Alberto Borgerth, de manhã, era remador do Flamengo e, à tarde, era jogador de futebol do Fluminense.

Mas em 1911, Borgerth, que era capitão do time do Fluminense, brigou com a diretoria tricolor e liderou um movimento impressionante de debandada. Vários jogadores acompanharam o líder para organizar o futebol do Flamengo.

Por isso, costuma-se dizer que o Flamengo é filho do Fluminense.

A primeira camisa do Flamengo tinha as cores azul e ouro, em listras horizontais. O primeiro título carioca do Flamengo foi em 1914. O mascote do clube, o Urubu, só ganhou cores em 1969.

Os torcedores rivais, em especial do Botafogo, chamavam os torcedores do Flamengo de urubus. Por causa de preconceito racial. Em 1969, um torcedor do Flamengo resolveu levar a ave e botá-la para voar o Maracanã. Resultado? Flamengo venceu o Botafogo, coisa que não rolava há alguns jogos.

Henfil, genial cartunista, botou os famosos traços.

E aí, será que o Flamengo ganha essa Libertadores? E o Brasileirão?

Se vencer os dois, faça logo estátua do Jesus.

Eu, como um bom tricolor, pai ( tsc) do Flamengo, estou torcendo primeiramente pra não cair, pro River ( acho quase impossível o Flamengo perder) e pro Santos ( já cruzei uma onça com um santista que eles não chegam nem em terceiro).

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Essa coluna é dedicada a Leandro Giannoni, Adolpho Konder, Ziraldo, Thales Coutinho, Che Oliveira, José Brito Cunha, Paulinho Capelli, Renan Prado, Adílio Junior e para o coração valente Paulo César Azevedo.