O Carnaval era assim quando Manet esteve no Rio de janeiro: limões eram jogados e salve-se quem puder - Reprodução Angelo Agostini (1884)
O Carnaval era assim quando Manet esteve no Rio de janeiro: limões eram jogados e salve-se quem puderReprodução Angelo Agostini (1884)
Por Thiago Gomide
Sente só quem foi esse camarada.
Rapidinho.
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Manet foi pai do impressionismo. Ele inspirou gerações de artistas. Não tem um na arte que fale que o rapaz não foi importante.
Se você estiver com preguiça de ler, fiz um vídeo sobre o Carnaval de Manet. Clique aqui para ver. 

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Com 17 anos, no carnaval de 1849, Manet parecia não acreditar no que estava vendo e vivendo no Rio de Janeiro.
Os foliões pulavam, riam, compravam frutas, naquele ar quente. As cores saltavam aos olhos.
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As pessoas fantasiadas, os cenários e até o costume de tacar limões nas cabeças dos outros entraram no diário de bordo do pintor.
Ele chegou a escrever chorando as pitangas para mãe, reclamando que as mulheres brasileiras, à tarde, jogavam limões nas cabeças dos homens que passavam na rua.
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Manet tinha parado aqui por causa de uma viagem a bordo de um navio escola.
Apesar de ainda não ser um pintor profissional, ele já chamava atenção pelos traços. Tanto que no porto do Rio de Janeiro, Manet se dedicou a ensinar algumas técnicas para funcionários.
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Além dos limões e do Carnaval, Manet voltou para França impactado com o Brasil, a ponto de dizer que o período por aqui foi importante para a construção da sua obra.
As cores e as sombras no cais impressionaram.
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Em 1859, 10 anos depois, portanto, de levar essa limonada, Manet expôs a tela “O bebedor de absinto” e chocou a crítica francesa.
Era o primeiro passo para o sucesso.
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Quem vai ao museu D'Orsay, em Paris, encontra com destaque a obra do rapaz que levou limões na cabeça no Carnaval carioca.
Recentemente, no circuito Rio-SP, uma exposição de impressionistas levou quase 1 milhão de brasileiros ao encontro de quadros de diversos artistas, entre eles do pintor que teve seu traço influenciado pela gente.
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*
Limão?
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Não era limão como a gente conhece, da feira, verdinho verdinho. 
Eram limões de cera. Mais leves.
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Mais leves, entretanto machucavam.