Aproveitando o dia das mães, a coluna homenageia Ana Neri, pioneira na enfermagem no Brasil e que foi a guerra do Paraguai para lutar ao lado dos filhos
Por Thiago Gomide
Você iria para uma guerra atrás dos seus filhos?
A baiana Ana Neri nem pestanejou: quando soube que os três herdeiros foram convocados para a guerra do Paraguai (1864-1870), ela moveu mundos e fundos para conseguir acompanhá-los.
Não era objetivo fácil, afinal, entre tantos argumentos contrários, estávamos em uma época onde mulheres não faziam parte das forças armadas.
De acordo com o Ministério da Defesa e o Exército brasileiro, somente na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) que tivemos mulheres oficialmente integrando as nossas tropas.
Ana Neri foi "recrutada" para ajudar nas enfermarias, assunto que era uma novidade tanto para ela como pra quem estava na batalha. A profissão só chegaria anos depois ao Brasil.
O que Ana encontrou nas enfermarias pode ser traduzido por pandemônio: feridos aos montes, falta de higiene, falta de controle e, principalmente, falta de afeto.
Aos poucos, a baiana que foi atrás dos filhos colocou ordem na casa. Sempre de maneira acolhedora, mostrava que, entre macas e esparadrapos, existia uma grande família.
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Mesmo com tanto esforço, ela não conseguiu evitar a morte de um dos filhos.
Com o fim da guerra, Ana voltou para o Rio de Janeiro trazendo meninos órfãos. Cuidou deles até o fim de vida.
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Para o Exército, Ana Neri é considerada a mãe do brasileiros.
Para a turma da enfermagem, ela é a patrona, aquela que mostrou para o país e o mundo a importância da profissão.
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Ana Neri faleceu em 1880, aqui no Rio de Janeiro.
Perto do Hospital municipal Barata Ribeiro, na região da Mangueira, há uma extensa rua com o nome dela.
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Hoje, segundo o Ministério da Defesa, são cerca de 30 mil mulheres que ocupam espaços nas forças armadas do Brasil.
Parabéns a todas as mães. Parabéns a todas enfermeiras.
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Mais informações
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Fiz um vídeo sobre Ana Neri. É só clicar aqui para ver.
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Coluna dedicada
A coluna é dedicada a uma mulher que também iria para a guerra para salvar o filho: minha mãe. Obrigado por tudo.