Matéria Especial - Heróis da Resistência - Fotos dos dois últimos motoristas de Táxis Fuscas do Rio de Janeiro. Personagem: Rodolfo Cardoso. Fotos: Daniel Castelo Branco / Agencia O Dia - Daniel Castelo Branco
Matéria Especial - Heróis da Resistência - Fotos dos dois últimos motoristas de Táxis Fuscas do Rio de Janeiro. Personagem: Rodolfo Cardoso. Fotos: Daniel Castelo Branco / Agencia O DiaDaniel Castelo Branco
Por Thiago Gomide
Todo mundo tem uma história com o Fusca. O carro que aguenta tudo. O carro que despertou sonhos. 
"Volkswagen", em tradução livre, significa “carro do povo”, em alemão.
Publicidade
Essa era a concepção original do que viria a ser o Fusca: um carro barato, de produção simples e que pudesse ser consumido em larga escala pelas famílias alemãs.

O projeto começou antes da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) explodir: Hitler queria que o primeiro carro popular alemão fosse capaz de carregar uma família inteira de 5 pessoas, consumisse menos de 13 km/litro de gasolina, fosse confiável e de manutenção simples.

Ferdinand Porsche liderou uma equipe de engenheiros, designers, cientistas e mecânicos. Todos  trabalharam por anos até sair com o design final do que viria a ser o Fusca. Estamos em 1938. Foi sensação, evidente. 

Quando começou a Segunda Guerra, em 1939, o Fusca acabou virando uma máquina de guerra.

Era um veículo forte, barato, econômico, raramente dava problema e podia carregar até 3 soldados e uma metralhadora pesada.

Com o fim da guerra, a parte do território que tinha a fábrica dos Fuscas ficou na conta da Inglaterra. Os ingleses retomaram a produção. Exportações começaram a acontecer. 

O Fusca era encantador em múltiplos aspectos e virou um sucesso de venda. A engenharia mecânica envolvida no carro era tão consistente, tão confiável, que a mesma lógica foi sendo aplicada para a produção de aviões, barcos, motos e uma série de variações de carros.

A própria Volkswagen trabalhou alguns anos depois na Kombi. O funcionamento mecânico é inspirado no Fusca.

No Brasil, a história do Fusca começa em 1951, no governo de Getúlio Vargas. O presidente anunciou um programa de incentivo à indústria, em que as fábricas que se instalassem no Brasil iriam ser isentas de vários impostos.

A primeira empresa a fabricar o Fusca foi a... Brastemp, na época chamada de Brasmotors.

Em 1953 a "Volks" assumiu a produção. Por anos, foi o carro mais vendido.
Sonho de consumo de muitos. Primeiro automóvel de vários. Quem dirigia ou dirige Fusca, mata no peito o que vier pela frente. Pense em um carro que não treme ladeiras. Pense em um carro que adaptado, em 1960, atravessou a lagoa Rodrigo de Freitas. 
Publicidade
Na Tijuca, um ponto de táxi só com Fusquinhas foi point turístico por anos e anos. 
Em 1986, o Fusca foi descontinuado no Brasil. A Volkswagen defendia que o modelo era obsoleto, mesmo sendo um dos doze carros mais vendidos.

Em 1993, o presidente Itamar Franco fez a Volkswagen voltar a fabricar e vender o Fusca no Brasil, lançando um modelo exclusivo que ficou conhecido como “Fusca do Itamar”.

Em 1996, não teve jeito. A linha de montagem da VW desliga de vez a produção do Fusca no mundo todo - com exceção do México, que ainda tinha muita demanda por Fuscas para serem usados como...táxi.
Publicidade
Nesse vídeo, dou mais explicações sobre esse verdadeiro ícone:
*
Publicidade
Sorte
Viu um Fusca verde? É preciso beliscar alguém por perto.
Publicidade
Dá sorte, diz uma lenda que rola em diversas cidades brasileiras. 
Será?
Publicidade