Rio de Janeiro 27/08/2020 - Foi realaizado um ato de abraco em torno do Mercado da Cobal no Humaitá. Na foto acima o senhor Waldemar Moreira dos Santos. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia - Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 27/08/2020 - Foi realaizado um ato de abraco em torno do Mercado da Cobal no Humaitá. Na foto acima o senhor Waldemar Moreira dos Santos. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agencia O Dia
Por Thiago Gomide
O clube Botafogo nasceu de uma troca de papelzinho em sala de aula.
Em 1904, o estudante Flávio Ramos enfadado com a sonolenta aula de álgebra do professor general Júlio Noronha resolveu mandar um bilhetinho para o colega Emannuel Sodré.
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Era um convite para montar um time no Largo dos Leões. Um time que rivalizasse com um de amigos criado na Martins Ferreira.
Os dois e mais uma galera deram o nome de Eletro Club.
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Dona Chiquita, avó de Flávio, achou aquele nome uma droga. Ela que sugeriu Botafogo, em homenagem ao bairro.
Pois bem, essa moçada e muitas outras que viriam peregrinaram por lugares defendendo as cores do nobre Botafogo.
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Aquela região onde está a Cobal foi um dos primeiros caldeirões alvinegros.
Pisou ali, o Botafogo atropelava.
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Com o tempo e a difusão dos bondes, aquele lugar foi uma importante garagem. A história da mobilidade no Rio de Janeiro tem digitais na Cobal, que significa Companhia Brasileira de Alimentos.
Mas a fama veio a partir de 1971, quando ela recebeu esse nome.
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Nesse ano foi criado um espaço que respondesse um problema logístico e um interesse de parte da população: comprar alimentos como se tivesse em uma horta.
Era uma determinação do Governo Federal. Precisava ter um canto bacana para a turma comprar as mais diferentes verduras, legumes e frutas.
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Não preciso dizer que o objetivo foi mudando.
Logo era possível comprar beterraba e beber um chope gelado. Logo era possível comprar alface e ficar a tarde toda trocando ideia e aproveitando uns petiscos e até um vinho no ponto certo.
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A Cobal está para a zona sul como a Cadeg está para a zona norte. É ponto de encontro. É troca social. É lugar onde é possível fazer a feira e estender para um café ou vinho ou chope.
Gerações foram formadas nesse espaço – esse colunista se encaixa nesse time.
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Caso você não se sensibilize com o poder cultural, social da Cobal, pense na quantidade de empregos.
É uma grande geradora.
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Há lojas, boxes, restaurantes, bares e até supermercado.
Sempre foi um canto de empregabilidade.
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Não é possível que nossos representantes não vão resolver isso. Muito básico.
Em São Paulo, Barcelona, Madrid, Lisboa, Roma, Oslo, Nova York (...) há lugares que parecem a Cobal.
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Aplaudido, evidente. Cheio de turista. Trazendo grana para cidade.
Não há nem hipótese de se pensar em remover.
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Que a lucidez da Dona Chiquita alcance essa turma que decide. 
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Atualizações
Qualquer atualização, eu irei informar. 
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Contem comigo nessa resistência. 
 
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