Arroz, feijão e bife: de prato-feito ao estrelato  - x
Arroz, feijão e bife: de prato-feito ao estrelato x
Por Thiago Gomide
Arroz com ovo, com farofa, estrogonofe, baião de dois, sushi, arroz com feijão, arroz à la grega, canja de galinha...

O arroz está no dia a dia do brasileiro.
Mas com esse preço exorbitante...

Se queimar, é capaz da terceira guerra mundial surgir no Brasil. 

Essa maravilha veio parar nessas turbulentas (e caras) terras na época das grandes navegações.

Pedro Alvares Cabral, o português que começou a nossa colonização, saiu de Lisboa carregando...arroz.
Publicidade
Quem nunca?

Ele voltou para as bandas da Europa, mas o arroz ficou.
Ainda bem. 
Publicidade
Pausa para pedir que você veja o vídeo. Gravei para ter dar mais detalhes curiosos e engraçados sobre a relação turbulenta do arroz com o Brasil. 
Voltando.  
Publicidade
O grão começou sendo plantado em pequenos lotes. Américo Vespúcio, um outro navegante, quando esteve por aqui até relatou que viu plantações no Amazonas.

A moçada não curtia comer. Cancelavam o arroz. Milho e batatinha estavam no cardápio favorito.  
Arroz, que era uma ração das tropas, só foi ser encarado como um belo acompanhamento anos e anos depois.

No século XVIII, nós éramos grandes produtores. As regiões do Pará e do Maranhão já despontavam.
Publicidade
No futuro quem tomaria a cena seria o Rio Grande do Sul. Até hoje é assim. Boa parte da plantação está lá.

O arroz faz parte da nossa cultura religiosa.

Tem o arroz da sexta-feira de páscoa. Têm as canjicas das festas juninas. Têm os bolinhos de arroz em oferenda ao orixás. E tem o arroz com passas no natal.

Bota passa ou não bota passa?
Esse ano não vai ter briga.

No Brasil, o arroz foi parar dentro do saleiro. Ele absorve a umidade.

No Brasil, o rapaz que só acompanha ficou conhecido como “olha lá o arroz”.
Publicidade
Tem o arroz de festa. 

No Brasil, a torcida tricolor ficou famosa por jogar pó de arroz quando o time entrava em campo. 
Com esse preço, sei não, era capaz dessa tradição morrer rapidinho. 
Publicidade
No Brasil, e seguindo algumas tradições religiosas, quando há casamento, há chuva de arroz. Dá sorte, dizem.
Será?

Dom Pedro I amava arroz, batata e carne de porco. Não teve um para avisar ao Imperador que se colocasse um feijãozinho era capaz de nunca mais voltar para a terrinha. 
Publicidade
No mundo, já houve protestos e conflitos por causa do arroz.

No Haiti, por exemplo, em 2008, o preço aumento. Resultado: o povo foi para às ruas.

Kim Jong IL, ditador da Coreia do Norte, obrigava que mulheres vissem grão por grão de arroz. Não era para separar o que estava ruim ou bom. Era para que todos tivessem o mesmo tamanho.
Maluquices à parte, é capaz de logo, logo, o arroz, tão bem servido nos "pratos-feitos" da vida, ser oferecido à parte.  
Publicidade
"O senhor quer pagar mais 5,00 por uma colher de arroz?". 
Há quem sugira que a gente troque o arroz por macarrão.
Publicidade
Mal sabem que é uma beleza macarrão com arroz.