Gravação de
Gravação de "Tangerine", filme de 2015Reprodução Internet
Por Thiago Gomide
“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. A frase que sintetizou o movimento do Cinema Novo pode ser tranquilamente adaptada para “um celular na mão e uma ideia na cabeça”.
Em comum, a criatividade, olhar e, claro, o cinema.
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As formas de transmissão também ganharam novos capítulos, o que deixa ainda mais instigante o cenário. Aquele modelo dos anos 60 ou até mesmo dos anos 2000, onde o espectador estava refém de poucos canais, mudou. O YouTube é um dos que não me deixa mentir.
Em 2011 nasce o primeiro filme internacional produzido totalmente com celular: “Olive” abriria portas para um universo de possibilidades – e narizes torcidos, evidente. Em 2015 é a vez de um divisor de águas chegar ao mercado: “Tangerine” abocanhou prêmios e ganhou a crítica.
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NetFlix já tem em seu extenso e criterioso catálogo filme gravado só com celular. Estou falando de “High Flying Bird”.
O celular, perceba, é a metonímia de uma cadeia produtiva que se reinventa em alta velocidade. Ele não é o fim e nem o começo. É apenas um elemento de discussão, uma parte pelo todo.
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Ter baixo orçamento não significa ter baixa qualidade, portanto. O setor, extremamente profissional no Brasil, não vai aceitar. O público, extremamente criterioso e com muitas opções, vai dar o tal “deslike”.
Se antes até o debate sobre audiovisual ficava restrito, hoje o papo mudou. É assunto de sala de aula. Disciplinas tradicionais usam os conhecimentos “makers” das novas gerações para pôr em prática metodologias modernas. Os resultados são incríveis. Muitos estudantes produzem e convivem com o cinema na palma da mão.
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E não estou reduzindo aos abonados, acredite.
Essa realidade proporciona um fenômeno: a plateia está sendo formada por quem pode ou está dentro da cena. Melhor sessão, impossível.
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Saindo desse pensamento, faço algumas perguntas:
Você já se imaginou produzindo um filme? Por que não? Como filmar com pouca grana? Qual é o peso das parcerias? Como alcançar seu público? Como se reinventar na carreira? Quem pode dar dicas valiosas sobre esse setor?
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Várias provocações desse tipo estarão na série RioLiveFilme, uma parceria da RioFilme, braço de fomento à produção audiovisual da Prefeitura do Rio de Janeiro, com a MultiRio, empresa pública de midiaeducação do município.
Profissionais do mercado serão entrevistados por esse colunista.
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O primeiro episódio foi com o diretor Luciano Vidigal, cria da favela que ele homenageia no nome artístico. Vidigal é um dos diretores de “5x Favela, agora por nós mesmos”, que faz uma releitura do clássico de 1962.


Você é um cineasta e não sabe. Você é um médico e não sabe. Um advogado. Um grande escritor. Por que não? O começo para qualquer caminho é não ter medo de se olhar como. O trajeto precisa de estudo. As dicas dessa série vão ser bem úteis.
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Quando vai rolar?
Sempre vai ao ar domingo, na MultiRio, canal 526 da NET, às 22:30h. Segunda-feira é o dia que os episódios chegam às redes sociais da RioFilme.