Jacozinho e Maradona: dois craques no Maracanã - Reprodução Internet
Jacozinho e Maradona: dois craques no MaracanãReprodução Internet
Por Thiago Gomide
Após um tempo fora, jogando na Udinese, da Itália, o "Galinho" voltou para o Flamengo em dezembro de 1985.

Para dar as boas vindas, nada melhor que um jogo amistoso entre a seleção rubro-negra e "Amigos do Zico", que contava com Branco, Falcão, Maradona e... Jacozinho.

Conhecido como Jacó, Jacozinho era um tipo de lenda alagoana. Craque do CSA, misturava bom humor e atrevimento. Hoje seria tratado como “alegria e ousadia”. Driblava bem e brincava mais ainda.

Na TV e nos jornais, inclusive aqui do Rio de Janeiro, era tratado como uma figuraça. Dava ibope. Não tinha quem não se divertisse com o pequeno Jacozinho. O repórter Márcio Canuto, dono de um dos melhores textos da história da TV, contava, com o humor que é sua marca registrada, tudo que acontecia com o rapaz.

Estimulado por empresários, Jacozinho foi convencido a vir ao Rio de Janeiro participar desse jogo mágico. Da festa. Não sobrou um único pingo de dúvida, nem se ele era realmente convidado. Quebrou o porquinho, pediu grana emprestada e se mandou para cá.

Já no Maracanã ficou evidente que não tinha rolado um convite para participar. Era ação isolada, contando com a fama do Jacó. Zico, inclusive, não foi dos mais amistosos antes da partida iniciar. Ao contrário do sentimento do ídolo flamenguista, a torcida, essa, sim, estava atenta aos passos do “Rei de Alagoas”.

Lá pelas tantas, Falcão seria substituído. No banco, uma constelação. Telê Santana, fazendo ponta de técnico dos “Amigos”, pediu que Jacozinho substituísse o “Rei de Roma”. Ele tremia. Ele suava. Ele gaguejava. Mas foi com medo mesmo. Entrou aplaudido.

Com mais de 100 mil pessoas testemunhando, Maradona recebeu a bola no meio de campo, deu açucarada pro Jacozinho, que driblou desconcertantemente o goleiro Cantarelli. Quando a bola estufou a rede, não houve um único Flamenguista que não comemorasse, por mais que isso representasse contra o próprio clube.

Maradona, que se consagraria na Copa de 1986, abraçou. A torcida pediu autógrafo. Começou uma cobrança pública pela convocação para a Seleção. Foi capa de inúmeros jornais. Dessa vez, Zico ficou sem a manchete.

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