Cesário Melantonio Neto
Cesário Melantonio NetoDivulgação
Por Cesário Melantonio Neto
Os antigos já diziam que não funciona esconder o sol com a peneira porque a realidade acaba sempre por impor-se com o tempo. Esta frase corresponde ao momento que vivemos no Brasil. Em tempos de desgoverno, a estratégia de negar absurda não convence ninguém, nem no plano nacional, nem no internacional.
Apenas uma questão de tempo separa a mentira da verdade, para que esta se imponha junto a maioria da população. O negacionismo e o terraplanismo, símbolos da Baixa Idade Média, têm muita dificuldade em sobreviver em 2021. Com o passar do tempo, os defensores dessas seitas retrógradas vão demonstrar desespero e perder a batalha para a realidade e para a verdade.
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No momento em que os jovens se mobilizam para combater a pandemia, o Executivo brasileiro abdica de seu papel de promotor da união nacional deixando ao Legislativo e ao Judiciário a ocupação desse espaço vazio.
A moção liderada pela senadora Kátia Abreu, com 62 dos 81 colegas, implorando ajuda à comunidade internacional comprova a falência da política externa brasileira. A questão essencial agora é como evitar a repercussão de nossos malefícios internos, na situação internacional do Brasil. "A política está em crise, e a crise é cada vez mais política".
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A situação econômica tende a agravar-se pela multiplicação de fatores negativos. "Temos presidente demais e governo de menos", dizia Oswaldo Aranha, em 1959. Nesse contexto, enfrentamos atualmente uma espécie de luta da civilização contra a barbárie, em que a vitória da primeira será o fim da segunda.
Uma Frente Ampla nacional, fundamentada na preservação do Estado de Direito, nos valores democráticos, nos direitos humanos, na proteção das minorias, na preservação do meio ambiente e na governabilidade, pode resgatar a imagem brasileira interna e externamente.
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Essa tarefa corresponde aos mais legítimos interesses nacionais e a um despertar da Nação para recuperarmos o espaço perdido na esfera internacional. Talvez, concentrar nossos esforços no plano das ideias, mais do que nos das pessoas, ajude a elevar o nível das discussões nacionais, para sairmos de um processo de destruição sistêmica da sociedade em direção da reconstrução nacional e mundial da imagem brasileira.
Creio que podemos contar nesse trabalho com a nossa imprensa, classe política esclarecida, empresários, mundo acadêmico, e a população em geral comprometida com a salvação nacional. A pandemia agravou a injustiça social característica do Brasil abalando a indústria e o comércio, geradores de emprego e de consumo.
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Um plano de reconstrução nacional e internacional neste ano, e em 2022, pode e deve ser elaborado com urgência por uma Frente Ampla para evitar uma caminhada em direção ao abismo e ser o princípio do fim da calamidade enfrentada atualmente pelo Brasil.