opina3novARTE O DIA
Mas, mesmo com toda essa violência brutal, sustentada pelo maior assalto aos cofres públicos da história, com um derramamento colossal de dinheiro para comprar a reeleição; mesmo com a força bruta inibindo o surgimento de propostas contrárias à barbárie; mesmo com o medo querendo sufocar qualquer hipótese de resistência, o que vimos foi uma coragem silenciosa dominar, aos poucos, os corações e as ruas.
Porém, é incrível a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer. Aos poucos, nossas ruas passaram a ser nossas de novo. Fomos nos posicionando para não permitir o massacre dos nossos sonhos. E enquanto o nosso Nordeste se afirmava na eloquência de respeitar os valores humanitários, um movimento bolsonarista assumia mais e mais o racismo e o preconceito. Nessa hora, a nossa elite - podre e patética – esqueceu-se de que o voto daquele que ela despreza e que sobe pelo elevador de serviço vale rigorosamente a mesma coisa numa democracia.
E foi bonito ver o Brasil majoritariamente se afirmar pelos direitos humanos, emocionante ver o povo chorar pelo retorno do Lula. E, para nós, que derrotamos os ridículos Moros e Deltans na Lava Jato, foi muito reconfortante ver o ex-presidente nos representar e levar o Brasil de volta ao lugar de destaque na área internacional.
Embora esta não seja uma meta do governo Lula, nós, brasileiros que temos compromisso com o país, vamos acompanhar o desenrolar de todas as investigações sobre os desmandos bolsonaristas. Claro, eles terão respeitados todos os direitos à ampla defesa, à presunção de inocência e ao devido processo legal. Mas fazendo valer toda a força que o Estado tem que ter contra os milicianos e os que vivem à margem da lei.
Agora é hora de saudar a vitória da democracia, do império da Constituição, que assegura os direitos fundamentais. Da nossa resistência humanista e desarmada, mas firme e corajosa contra a violência armada e ensandecida. É hora de consolidar nossa conquista e avançar, levar esses covardes às cordas. Ganhamos por pontos e agora vamos lutar pelo nocaute.
O fascismo vai ser cada vez mais derrotado e nós voltaremos a viver em um Brasil onde é possível cultivar o respeito, o amor e a solidariedade. Esse é o país que ressurgiu das urnas no dia 30. Sem medo de ser feliz! Lembrando-nos de Mário Quintana, “Sonhar é acordar-se para dentro.”
Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.