Maurício Meirelles
Maurício MeirellesDivulgação/RedeTV!
Por O Dia
'Foi Mau' é o talk show que Maurício Meirelles sempre imaginou apresentar na TV aberta. Publicitário de formação, o humorista conseguiu recentemente um espaço na grade de programação da RedeTV!, graças a sua 'cara de pau' em entregar seu próprio currículo ao apresentador Marcelo de Carvalho, sócio e vice-presidente da emissora. "Se é pra ter um programa, que ele comece já com entretenimento na hora da contratação. A RedeTV! vinha me sondando há um tempo. Eu só agilizei o processo", confirmou o carioca de 37 anos à coluna. Na entrevista abaixo, ele ainda assume que detesta intolerância, que nunca perdeu um amigo por conta de uma piada, que faz humor para o público que gosta de não ser levado à sério e que não se preocupa com quem não curte seu trabalho. O novo programa comandado por Maurício estreia nesta segunda-feira (12).
Você ganhou um programa para chamar de seu, que estreia amanhã, na RedeTV!. É verdade que foi você que pediu emprego para o Marcelo de Carvalho e entregou até um currículo? Esperava que fosse ser contratado e ter um programa?
Se é pra ter um programa, que ele comece já com entretenimento na hora da contratação. A RedeTV! vinha me sondando há um tempo. Eu só agilizei o processo fazendo essa 'cara de pauzice', pois não via a hora de formatar minhas ideias.
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Você participou do 'CQC' e do 'Vídeo Show' como repórter e trabalhando em equipe. No 'Foi Mau' você é quem comanda?
Em todos produtos que participei eu sempre tive autonomia nos meus quadros, mas eram programas gigantescos, com várias outras ideias, pessoas, enfoques. Dessa vez é um programa só com meus quadros e ideias. Óbvio que tenho uma equipe incrível por trás disso. Tanto a galera da RedeTV!, como a Dromedário - minha produtora, e a FARRA - que cuida da produção geral.
Como é o Maurício liderando uma equipe? Quem manda no seu programa?
A concepção e os quadros do programa são meus. Mas nada sairia do papel sem o pessoal da Farra, que contribuiu 100% em roteiro e formatação, e da Dromedário. Não tem uma liderança vertical. Todos nós temos bastante abertura para fazer um bom produto. Eu montei a equipe para eu não precisar tomar conta de tudo.
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Já se sentiu censurado? Já sentiu preconceito de algum entrevistado?
Acho que a censura de hoje mudou o nome para cancelamento. E isso sim, já me ocorreu muitas vezes. Cancelamento é a forma mais impositiva e mimada de tentar forçar o mundo do seu jeito. Eu não corroborro com isso. Quanto aos entrevistados, acho normal as pessoas desconfiarem de um produto. Quando ele aparecer no ar, as pessoas saberão do que se trata e aí vão ficar mais abertas a aceitar.
Você foi contratado pela Globo e não deu muito certo. Acredita em 'olho gordo' ou energias ruins?
Eu acho que deu certo, porque eu entrei só pra fazer um programa da Copa, no Sportv. Daí o Boninho me chamou para fazer o Vídeo Show e eu fui. Entrei pra ficar dois meses e fiquei quase um ano. Não rolou mais nada porque o próprio programa acabou. Essa ninguém esperava mesmo.
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Já teve o tapete puxado?
Acho que nem tenho tapete pra ser puxado.
O que nunca te perguntaram?
Se eu estou bem. Toda entrevista é só sobre algo que gera barulho. Tanto as que eu respondo quanto as que eu faço. Podíamos começar a partir de hoje sempre com a pergunta: você está bem? Porque está osso pra geral (risos).
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Tinha um plano B?
Tinha. E ele aconteceu. Meu plano A era ser publicitário, ficar careca com 35 anos, enfartar com 36 e com 37 comprar um apartamento. Meu plano B era largar isso tudo e ser feliz fazendo o que eu gosto.
O que aconteceu com a banda 'Renatinho', que você participava com Tatá Werneck e Murilo Couto?
O Brasil não estava preparado para nosso sucesso. Mas em breve voltaremos mais fortes e sem o Murilo.
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Perdeu amizade ou alguém deixou de falar com você por causa de alguma piada?
Acho que amigos não se perdem por piada, senão jamais seriam amigos. Mas já perdi gente que poderia ser amigo por conta de piada, sim. Geralmente quando é piada com o político que ele acha errado criticar.
O 'Webbulling' já te trouxe algum problema? Você se diverte vendo veículo grande caindo na sua pegadinha?
Adoro. Dou risada exatamente por saber que a vida de uma pessoa é a pauta de grande parte da mídia. Quando ela é a piada, sei que ela se beneficia, o veículo se beneficia, o público se beneficia e eu me beneficio. Não faria esse tipo de brincadeira com algo como a economia, por exemplo. Mas a vida da celebridade deveria ser levada menos a sério.
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O que te faz sair do sério?
Atualmente, intolerância. Seja de esquerda, de direita, religiosa, carnívora. Quando a pessoa acredita que a verdade dela é absoluta e isso dá o direito de ela fazer o que quiser com quem pensa diferente, isso me deixa indignado. O radicalismo que o Brasil se tornou me tira do sério.
 
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Como é trabalhar com o humor sendo preciso tomar cuidado com as piadas e comentários para depois não ser taxado de preconceituoso ou intolerante?
Da mesma forma de sempre. Fazer humor para o público que gosta de não ser levado a sério e não se preocupar com quem não gosta das suas piadas.
Maurício Meirelles não fala muito sobre a vida pessoal ou relacionamento... Por que tanto mistério?
Mistério aonde? Estou há 18 anos com a Emily, minha esposa, mãe do Gabriel, dona da empresa, dona até da roupa que eu uso. Tem um especial da Netflix para 190 países que eu coloco ela no palco pra me zoar. Mais exposição que isso?
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E a história do namoro de Luiza Ambiel e Painitto assumido para você?
O programa está muito legal. Eu gosto muito do formato. Principalmente porque eu nunca imaginaria que a Luiza Ambiel e o pai da Anitta estariam juntos graças a mim. Não entendeu? assista nesta segunda (12), às 22h30.