Bianca Monteiro, rainha de bateria da Portela, faz quentinhas para o projeto solidário Águia Soalidária
Bianca Monteiro, rainha de bateria da Portela, faz quentinhas para o projeto solidário Águia SoalidáriaDivulgação
Por O Dia
Há cinco anos à frente da bateria da Portela, Bianca Monteiro mostra que ser rainha de bateria vai muito além de desfilar na Marquês de Sapucaí. Neste domingo (11), a morena está engajada com o projeto Águia Solidária. Aos 31 anos, a rainha da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira mostra que não é apenas um corpo bonito à frente dos ritmistas da agremiação, mas sim uma porta-voz de sua comunidade.

“O cargo de rainha de bateria é apenas um produto para algumas pessoas, visto por muitos como um cargo de vaidade. Queremos ser vistas de outra maneira, além de corpos e rostos bonitos. Nós, rainhas, queremos ser vistas levando a nossa arte e levantando a bandeira do samba para contar a nossa história e fazer com que o samba cresça a cada dia mais”, diz a morena.

No aniversário de 98 anos da Portela, Bianca Monteiro mostra sua dedicação à sua comunidade e aos projetos sociais que envolvem a escola. Além de muito samba no pé, a 'Beyoncé do Samba' mostra seus dotes culinários preparando todas as quentinhas do projeto 'Águia Solidária'.

“O projeto social, eu sou apaixonada! Sempre fiz questão de fazer a comida das quentinhas, pois acredito que a ação só é válida quando você se entrega, quando coloca a sua energia ali para fazer, doando seu amor e seu sentimento naquele alimento. Uma das minhas paixões é cozinhar também, então sempre estou trabalhando dessa forma nas ações sociais. Eu gosto dessa energia de ir, pedir, fazer a comida, fazer as quentinhas e ajudar as pessoas”, diz. 

Desde pequena desfilando pela Portela, Bianca ainda fala sobre a representatividade que é ser rainha de bateria em sua escola de coração. “É uma responsabilidade muito grande ser rainha de bateria da Portela, que é uma das maiores escolas samba do Rio, por onde passaram mulheres maravilhosas à frente da bateria. E outra por ser da comunidade, ser cria de Madureira, por viver essa história minha vida toda. Desde que eu me entendo por gente, eu respiro Portela, eu vivo isso junto com o meu pai, então as pessoas cobram presença e crescimento profissional. É uma representatividade muito forte em ter alguém da comunidade, uma sambista ali à frente da Tabajara do Samba".

Durante a pandemia, a dançarina teve que se reinventar assim como milhares de brasileiros que trabalham com o entretenimento. Bianca contou um pouco de como fez do limão uma limonada e ingressou no mundo das lives de samba.
“Eu vivo da arte, vários eventos, viagens, workshops fora do Brasil, que infelizmente foram cancelados. Com isso, tivemos que nos reinventar. Mesmo a arte do samba não sendo tão valorizada, respeitada e apreciada como ela merece, as lives foram um refúgio, tanto para os sambistas - que tiraram o sentimento de angústia e mataram um pouco da saudade da nossa arte - quanto para os profissionais do Carnaval. Eu me senti muito honrada em poder fazer algo diferente. Confesso que fiquei com medo, pois é uma área que eu não dominava muito bem, mas estou aprendendo ainda e a Portela me abriu essas portas".

Com o sucesso de seu desempenho nas lives, Bianca comandará a transmissão em comemoração aos 98 anos da Portela, que será transmitida hoje, às 18h, pelo canal do Youtube 'Portela TV'.