Ticiana Villas Boas Divulgação/Band

Por O Dia
Grávida pela terceira vez, Ticiana Villas Boas está de volta à TV após quatro anos afastada dos holofotes para se dedicar exclusivamente à família. Prestes a estrear uma edição repaginada do 'Duelo de Mães', na Band, em 21 de agosto, a apresentadora conversa com a coluna sobre o tempo em que fora da mídia. Enquanto esteve vivendo sua fase mais discreta como pessoa pública, a jornalista encarou uma mudança de percurso que a fez virar empreendedora no mercado do designer de interiores bem no auge da pandemia. Na entrevista abaixo, Ticiana conta como tem sido sua batalha como mãe, empresária, dona de casa e apresentadora ao mesmo tempo. Ela também revela como faz para equilibrar suas prioridades no dia a dia e conta novidades sobre a atração que irá comandar.
Qual a principal diferença da Ticiana de quatro anos atrás para essa que volta à TV agora?
Eu acho que estou mais madura, mais calma… Nada como o tempo, a vivência e a idade. Passar por várias experiências de vida transformam a gente. Não tem como não evoluir. Eu acho que estou melhor, se comparado há quatro anos. Fiquei fora do mercado por quatro anos, então dá aquela desatualizada de processos, de equipes, fiquei destreinada em relação à interação com a câmera, roteiro... Tudo isso que faz parte de um processo de gravação de um programa e do papel como apresentadora. Mas como essa foi minha atividade durante muitos anos da minha vida e é o que eu gosto, tenho formação e jeito pra fazer. É como andar de bicicleta. Fica um pouquinho fora de forma, na hora de voltar dá escorregadinha, mas depois que vai… Foi o que aconteceu comigo, fiquei ansiosa, com medo de ter perdido o jeito, o time, a voz, a postura, o jeito, mas quando eu gravei fluiu muito natural. Me sinto hoje muito melhor. Isso falando do profissional. Como pessoa, acho que estou mais calma. Estou mais resiliente também.
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O que essa nova temporada do programa terá de diferente?
Bastante diferença. O formato ficou bem redondo. Acho que o formato atingiu o ciclo dele e está maduro e finalizado. Estou adorando, porque cria-se um formato, mas ele vai se desenhando, se moldando e se adaptando ao longo das gravações, das necessidades, e a minha equipe conseguiu fazer essa adaptação muito bem feita. Vieram novas ideias. O primeiro era numa locação, um cenário meio aberto com muita luz natural. Essa temporada já é em um estúdio, em um ambiente mais controlado. O formato em si também está bem diferente. Antes eram duas provas onde as mães cozinhavam para decidir. Os filhos ficavam mais na participação da plateia, da torcida e entravam mais como coadjuvantes. Agora, a mãe continua com um papel importante, mas o filho também tem uma participação tão forte quanto a da mãe. Ficou mais igualado. Eu notei que as pessoas queriam ver mais o artista, e aí aumentou para três provas e em uma delas o artista é quem cozinha. Então fica muito engraçado, porque a maioria não tem intimidade alguma com o fogão! Não sabe cozinhar, se atrapalha, fica nervoso e são extremamente competitivos. Querem ganhar mesmo não sabendo fazer nada. É uma bagunça! O bolo sola, estoura panela… Ficou muito legal. Também tem música quando o artista é da área musical. Está muito legal e eu estou muito feliz com o resultado deste novo formato.
Você está envolvida em cada detalhe da produção e direção?
Sim. É um formato (o primeiro) que eu criei, junto com uma amiga minha. Esse agora já está bem evoluído e bem diferente. Montei uma produtora de vídeo pra isso, então eu quis aproveitar que estou voltando, esse tempo de pausa e de experiência para colocar as coisas do jeito que sempre quis e sonhei. Eu quis formar equipe com todas as pessoas que eu conhecia e gostava do trabalho. As funções que eu não conhecia a pessoa, eu pedia indicação para quem eu confiava e quem eu admiro profissionalmente. Então eu montei a equipe a dedo, escolhi o cenário e o design do cenógrafo. A equipe de pós-produção, o cuidado com a arte, o bom gosto com as cores do pacote gráfico, do casting, porque chamei amigos meus artistas para participarem, então posso dizer realmente que cada detalhe, desde o avental das mães ao diretor eu participei.
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O que o público pode esperar do 'Duelo de Mães', na Band?
Vai ser divertido. Vão poder aprender receitas novas e muito interessantes. Um dos privilégio que teremos nessa temporada é ter acesso às receitas de gerações de famílias dos convidados. A primeira prova se chama 'Receita Afetiva'. A mãe traz a receita especialidade dela e que geralmente são receitas de gerações. Então tem família descendente de italianos que traz a receita, família do Nordeste com comida típica… São receitas das avós, bisavós, tataravós. E a gente tem acesso a essas receitas incríveis e que os artistas amam. E ainda tem as receitas do chef Dalton Rangel, que tem um restaurante super renomado. Então, além de ter acesso às receitas, é divertido ver os filhos atrapalhados, ver as mães entregando hábitos e contando coisas dos filhos em relação a comida, como alguns comerem verde (cebolinha, salsinha ou coentro), não comer cebola, etc. E é bonito de se ver a interação entre as famílias. Fora a história da competição que você acaba se envolvendo e torcendo. É uma mistura de reality, entretenimento e curiosidade sobre a vida pessoal do artista.
Tem previsão de nova temporada depois dessa?
O 'Duelo de Mães' não será por temporada. Vai entrar na grade de programação fixa da Band de 2021 e 2022 inteiro. Então o sábado, às 20h30, é nosso.
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Como está sendo retornar para a emissora que foi sua casa durante tantos anos? Como surgiu essa oportunidade de voltar?
Está sendo muito especial. Estou me sentindo realmente em casa. Quando eu saí da Band, há seis anos, que foi depois do nascimento do meu primeiro filho, eu saí deixando amigos e mantive a amizade ao longo desses seis anos. Tenho um carinho muito grande pela família Saad, especialmente pela Rosana. Realmente saí de portas abertas, com relacionamento com todo mundo. Foi natural, o projeto com o SBT acabou não dando certo, eles sabiam que eu já tinha essa relação boa e me convidaram. Estou sendo muito bem recebida, um carinho enorme, não tinha como ser melhor.
Como está sendo gravar e trabalhar duro na gestação? Como tem se dividido nas tarefas de mãe, empresária, apresentadora e etc?
É difícil. Não dá pra conciliar de um jeito que eu fique satisfeita. Conciliar a vida de mãe, empresária, apresentadora… Não dá, porque eu sou exigente comigo mesma e não vou dizer que estou satisfeita e estou achando que está tudo bem e consigo conciliar. Sempre fica um peso menor pra uma função e um peso maior pra outra. Mas, foram três semanas, nesse último mês mais intenso que começou a produção, então nada se compara a uma diária de gravação em que você leva de 10 a 12 horas gravando, porque são três receitas por dia. Realmente é um esforço muito grande e uma dedicação de tempo integral. Não tem como eu dar atenção para os meus filhos, casa, marido, minha loja, gravando de 10 a 12 horas. Mas a vantagem é: faço esse batidão de gravações agora de quase um mês, deixando a função de mãe, empresária e dona de casa em defasagem, mas nos intervalos recorro à tecnologia, pois estou grudada no WhatsApp me comunicando com todo mundo, fazendo FaceTime com meus filhos, marido, com funcionário da casa, com minha sócia da loja. Claro que não é a mesma coisa de participar presencialmente e intensamente, mas dá pra suprir.
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Como está sendo encarar a gestação em meio a uma pandemia?
Complicado. Tive medo, no início. Fiquei na dúvida se esperava ter neném e ano que vem começava a gravar, mas fiquei com medo de perder a oportunidade, de perder o bonde. Não gosto de arriscar perder oportunidades. Prefiro me jogar e me joguei, claro que dentro dos limites possíveis do risco. Eu tinha sido vacinada quando começaram as gravações, porque grávidas já tinham entrado em grupo de prioridade por serem consideradas de risco. Além disso, eu tinha um IGG com imunidade, porque eu já tinha tido Covid antes de engravidar. Contratei uma equipe Covid só pra cuidar dessa questão da prevenção. A gente fazia testes de três em três dias com um laboratório super seguro. Toda a equipe e convidados foram testados, tanto que tiveram três convidados que não puderam gravar porque deu positivo, mas nem chegaram a entrar em estúdio na produtora. A gente fez os testes antes e nos convidados a gente fazia os testes na casa deles e quando chegavam no estúdio. Fora isso todos usavam máscaras e álcool em gel. Cada um possuía o seu frasco individual. Então procurei diminuir todos os riscos pra mim e pra minha equipe. Tanto que estamos finalizando as gravações com zero de baixa na equipe. Não tivemos ninguém da equipe contaminado e isso está sendo uma satisfação enorme pra mim.
Como está a expectativa para a chegada da bebê? Já escolheu o nome? Fez enxoval?
Eu trabalhei tanto desde que descobri que estava grávida, em dezembro. Gravei em novembro e em dezembro descobri. Em janeiro começaram esses projetos novos, então eu não tive tempo. É a minha terceira filha e a que menos consegui dar atenção. Minha primeira menininha, então imagine. O quarto eu vou começar a fazer agora que as gravações do 'Duelo' estão acabando, faltam menos de dois meses pra ela nascer… Então agora que vou começar a ver quarto, enxoval… E o nome, eu e meu marido decidimos dar quando ela nascer e a gente ver o rostinho dela.
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A previsão de nascer é bem próxima da estreia. Como você organizou essa questão? Como pretende voltar a gravar com ela tão pequena?
A previsão é nascer bem próximo da estreia, dia 21 de agosto. Se for até 39 semanas, será nessa semana aí, na semana da estreia. E aí eu tô tentando me organizar, porque deixei uma frente gravada de treze episódios. Ela vai nascer no final de agosto e aí eu tenho que começar a gravar pra emendar, já que entrou na grade da Band e não será mais por temporada. Tenho que emendar porque não pode ficar um sábado sem programa. Devo voltar a gravar no início de novembro, na primeira semana. Ainda não pensei como vai ser isso, mas vou conseguir me organizar sim. Vai dar certo! Eu sempre trabalhei com todos os meus filhos, com o Joesley Filho, o Joaquim, eu sempre trabalhei com eles bem pequenininhos, com três meses… Claro, não vou ficar o dia inteiro fora, não vou fazer como fiz agora de ficar um mês inteiro gravando direto. Como entrou na grade, não tem essa pressa de gravar muito num curto período de tempo. Então eu quero gravar um episódio por semana, porque assim dá tempo de me dedicar e não atrapalha minha relação com ela, principalmente nesse início mais complicado em que ela precisa mais de mim. Talvez fazer um cantinho no meu camarim pra ela e levar ela pra gravar… Tô pensando ainda como vai ser.
Enquanto esteve fora da TV você resolveu empreender. Como é o lado empreendedor da Ticiana?
Quando estava fora da TV eu não queria ficar parada em relação a trabalho, cabeça, porque eu trabalhei minha vida inteira, desde os 19 anos, então é difícil parar o trabalho totalmente. Como eu tinha decidido que não iria trabalhar em frente às câmeras, me expondo publicamente, eu falei: quero fazer alguma coisa que eu trabalhe nos bastidores. Nem que seja bem diferente do que eu trabalhei a vida toda. E como eu gosto de arquitetura, arte e decoração, eu resolvi ir por esse caminho. Estava decorando minha casa, na época, e queria fazer sozinha. Estava com tempo, então viajava, ia para as lojas, pesquisava, lia sobre… E aí calhou de uma amiga minha de Salvador, que tinha uma loja que eu já conhecia, porque eu já era cliente dela, estar se mudando pra São Paulo. Ela tinha vontade de abrir uma marca, uma loja, e aí conversamos e resolvemos abrir essa marca com um monte de ideias que ela tinha ao longo dos 20 anos dela nesse mercado. A loja dela era linda lá em Salvador. Ela fechou a loja lá pra vir morar com a família inteira em São Paulo para poder abrir a loja aqui. Então recomeçamos tudo do zero com as ideias dela e minhas e deu super certo. A gente não usa plástico, tudo é sustentável, porque a gente se preocupa com a origem de cada material, desde as fibras que os artesãos manipulam, o nível de certificação da madeira, do couro… Então é algo com propósito, algo que me satisfaz.
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Você em meio à pandemia que assola o país empreendeu duas vezes - tanto com o lançamento da sua loja quanto em produzir um programa do zero em tempos tão difíceis. Não teve medo?
Eu não deixo meus medos me paralisarem. Eu tinha muita vontade e acho que a gente se reinventa em momentos difíceis. Eu sempre gostei de desafios, sempre encarei os momentos difíceis, aprendi a ter calma, resiliência e encarei. Eu tô numa posição, de certa forma, privilegiada em que eu posso assumir alguns riscos e tentar ajudar de alguma forma as pessoas no meu entorno. Então levei muito isso em conta pra lançar a loja, por exemplo, em plena pandemia. Tínhamos algumas fábricas, mas agora, prestes a completar um ano do lançamento, estamos começando com a nossa fábrica própria, porque no início eram muitas fábricas terceirizadas e muitas fecharam por causa da pandemia. Fiquei feliz com o feedback de que algumas não fecharam porque ficaram na esperança e produziram móveis para gente, na esperança de um novo mercado, no aquecimento da indústria e do setor. Então, poder participar desse processo, de certa forma, me dá um incentivo. Essa garantia de emprego para essas pessoas e para o setor me deixou muito feliz e me deu mais vontade de inaugurar uma loja em plena pandemia. Conseguimos! Estamos aí, o setor de decoração foi pouco afetado pela pandemia, tivemos essa sorte.
Por que apostar no mercado de designer de móveis? Era algo que você já gostava e se identificava?
Era meu hobby durante o período que eu fiquei fora da TV. Eu cuidava bastante da casa. E quando você olha pra casa acaba vendo a questão da decoração, acaba estudando sobre arquitetura, arte, conhecendo pessoas desse meio. E aí eu me apaixonei.
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Você já tem loja em São Paulo. Pensa em expandir o negócio para outros estados?
Por enquanto não penso em ter loja própria em outros estados. Estamos abrindo representações em lojas muito renomadas que já existem. Procuramos as melhores lojas nas capitais, eles nos procuraram também para serem nossos representantes. Já inauguramos com representantes… A minha sócia tem 20 anos de mercado, a Clarissa Schneider, que é nossa curadora e é super conhecida na área, foi diretora da Casa Vogue durante 14 anos… Agora temos representações em Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Estava tudo certo pra você apresentar o 'Vem Pra Cá', no SBT. O que aconteceu entre o piloto e a estreia do programa?
Gravei o piloto e deu super certo. Foi uma surpresa pra mim (não ter vingado), mas encarei da melhor forma. Deus escreve certo por linhas tortas. Eu acredito muito nessa frase, porque acabou que foi muito melhor pra mim. Eu fiquei surpresa na hora, porque estava tudo certo, mas não fiquei chateada, porque no dia seguinte a Band já me chamou e pra mim foi muito melhor esse projeto. É semanal, é um projeto meu, que eu estou produzindo, então estou tendo muito mais liberdade. No SBT era um programa com um formato deles em que eu entraria como apresentadora e me adequaria a todo formato e à produção. E eu agora, grávida, prestes a ter três filhos, não seria tão fácil para a família. Ainda mais para a recém-nascida com um trabalho ao vivo e diário. Iria ser mais pesado. Esse meu projeto agora é semanal e me dá um pouco mais de tempo pra cuidar da casa, dos filhos, da loja. Foi melhor pra mim e ter a liberdade de criar e produzir o meu formato me deixa muito mais feliz. Eu tenho uma gratidão pelo SBT, porque foi a emissora que apostou em mim como apresentadora de entretenimento, onde eu fiz amizades e continuo com essas amizades. Tenho carinho e admiração por muitas pessoas. É uma casa da família feliz mesmo, de ser acolhida, porque as pessoas lá são muito simples, desde o presidente, a direção até a equipe técnica. São todos iguais. O jeitinho de ser da empresa é muito legal. Admiro o Silvio Santos e vários profissionais. Não deu e eu não fiquei chateada por isso.