Michel GomesDivulgação/TV Globo
Comecei no teatro aos 10 anos, em Padre Miguel, Vila Vintém, através da indicação de um amigo que soube que o teatro estava começando por lá. Por incrível que pareça, foi nessa época que Fernando Meireles estava procurando atores desconhecidos para o filme 'Cidade de Deus'. Tive meu primeiro contato com cinema aos 12 anos, com esse filme, sem nem ter experiência. Eles estavam atrás de atores desconhecidos e que provavelmente tivessem uma realidade próxima do filme.
Sem dúvida nenhuma. Muito difícil, pela falta de oportunidades, possibilidades. Eu fazia teatro numa comunidade e era difícil saber como abrir portas para poder iniciar. A consequência disso é a necessidade de muito esforço, muito trabalho. Trabalhar dobrado, literalmente. Minha ideia sempre foi conseguir viver da minha profissão e a televisão foi consequência, as coisas foram acontecendo. Mas é muito difícil, principalmente pra alguém que vem de onde vim.
Em 'Cidade de Deus' tive a oportunidade de, na minha opinião, fazer um dos maiores filmes do cinema brasileiro, que sem dúvida nenhuma abriu portas que não se fecharam até hoje. Mesmo tendo pouquíssima experiência, fui muito feliz fazendo esse filme e foi onde descobri meu dom e o que eu queria levar pra vida. Me fez ter amor à primeira vista pelo audiovisual. A batalha continuou, continuei fazendo filmes e séries e o '174' foi meu primeiro grande trabalho de destaque. Aquele trabalho que de alguma forma carimba a trajetória. Foi um filme que mudou minha vida pra melhor. Trabalhei muito, foquei muito, era um filme complexo e difícil de ser feito. O Bruno Barreto confiou 100% na gente, foi uma experiência única, um filme pesadíssimo e eu estava no auge dos meus 18 anos. Tenho um amor enorme pra sempre por esse filme.
O mercado é difícil e vai continuar sendo. Acho que quem vai usufruir da nossa luta diária vai ser a próxima geração, devido a muito trabalho, a realmente fazermos nosso trabalho com tanta dignidade, amor e talento. A gente vem conquistando nosso espaço, mas sabendo que ainda falta muito a fazer. Estamos construindo tijolo por tijolo, abrindo portas e conquistando os objetivos, mesmo sabendo que ainda é muito pouco.
Foi triste ver tudo acontecendo, tanta gente morrendo. Mantive minha fé, tentando ocupar minha mente comigo mesmo, refletindo, aprendendo com a dor, com a solidão, servindo pra que a gente seja mais amoroso, valorize mais o próximo. Foi um período difícil, principalmente porque moro sozinho. Um momento de muita reflexão, nunca deixando de rezar e torcer para tudo dar certo, melhorar. Serviu para crescer, amadurecer e entender que ninguém é melhor que ninguém.
Sou otimista porque ainda acredito no coração bom, mesmo sabendo que todos os dias o preconceito tá aí.
Fácil falar quando não se mora na favela, quando não invadem sua casa, dão tapa na sua cara, dão tiro. Pra falar sobre isso eu poderia ficar falando sobre 18 anos da minha vida, até eu me tornar uma pessoa pública e como as coisas mudam quando isso acontece. Não existe mimimi, existe racismo, violência, a bala acha sempre o corpo preto. Pelo amor de Deus, estamos vendo isso a todo tempo, passando por isso a todo tempo, pessoas inocentes morrendo na favela. Estamos em 2021 e ainda falando sobre pessoas que acham que é racismo mimimi. Vão morar na favela pra saber como é a realidade e depois venham dizer se é mimimi.
Estou totalmente envolvido com a novela 'Nos Tempos do Imperador'. Trabalho nas gravações e quando chego em casa, porque tenho muito texto pra decorar.
Críticas sempre vão existir, sejam positivas ou negativas, temos que analisar e amadurecer. Mas maldade, falta de respeito, é completamente diferente. Ainda não passei por isso.
O cuidado que eu tenho é dar minha corridinha, gosto de treinar, correr, fazer musculação de vez em quando. Não faço uma dietFala um pouco de você...
Tenho 32 anos, um filho maravilhoso, uma família incrível, uma base familiar maravilhosa. "Eles" queriam que a gente fosse pro caminho errado, não era nem pra estarmos aqui agora. Mas é isso, sempre contrariando as estatísticas, feliz e realizado.
Venho de uma preparação desde garoto, trabalho desde criança. Já tinha feito televisão na Globo, fiz uma novela teen e o público nessa faixa etária é diferente, bem intenso. Agora protagonizando a novela a visibilidade é realmente muito maior e na rua só recebo carinho e amor. As pessoas falam que gostam do meu trabalho. Fico feliz com isso porque faz parte do processo e da carreira.
Gravar na pandemia exige todo um cuidado, um protocolo seríssimo. Temos segurança do trabalho, da saúde, no set e toda a equipe fica de máscara e com álcool em gel. O elenco só tira a máscara na hora de gravar.
Claro que sou a favor! Já tomei a primeira dose e torcendo para que essa pandemia acabe, se Deus quiser.
Não perdi nenhum parente próximo, mas é tudo muito complicado e delicado, muito triste.
Espero continuar sendo feliz como eu sou, com as pessoas que eu amo, com os meus. Trabalhando bastante, cada vez mais alcançando meus objetivos e mantendo o foco.
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