Paulo VilhenaMárcio Farias
Eu acho que qualquer cidadão tem o direito de se posicionar ou não em relação ao que for, não é? Afinal de contas, vivemos num país democrático, e a liberdade é a premissa das nossas vidas por habitarmos uma nação assim. Então, é isso.
É um ciclo longo e é como se passasse um filme na cabeça desde o início e chegasse nesse momento onde o fim de uma etapa acontece. Mas foi tranquilo. Eu já tinha isso em mente também, então não foi nada devastador. Em relação ao mercado, ele está muito ativo, muito quente, tem outras emissoras, streamings, os trabalhos que se podem produzir autoralmente junto a alguma produtora independente. São muitas as possibilidades.
Só para deixar claro: existe sempre aquela ideia de "ah, agora o Paulinho virou cantor, virou músico". A pessoa não vira músico ou cantor do dia para a noite, e eu não virei nem músico nem cantor. Meu foco e objetivo são principalmente a caneta, ou seja, as composições com os meus parceiros, a interpretação junto a eles musicalmente falando e uma direção executiva sobre o projeto. Ah, e este é um desafio: produzir algo nessa área. É desbravar lugares nunca antes conhecidos, lidar com outra linguagem, outro método de produção, mas que encanta. A veia musical vem desde os meus pais, minha família, meus avós; eles, sim, cantores na Rádio Tupi. Mas tudo isso é um grande desafio, e é ele que me move.
Puxa vida, infelizmente, alguns já se foram, como Raul Cortez, Paulo Autran e Paulo José. Mas, em vida, talvez a Fernandona (Montenegro), a própria Fernandinha (Fernanda Torres) também, a Adriana Esteves, o Wagner Moura, se bem que já contracenei com ele e foi bem legal, mas a gente tem grandes atores no Brasil que devem ser lembrados e respeitados acima de tudo.
Sobre o Salvador, foi um trabalho de muita imersão, bem vertical. Sim, traz lembranças que são difíceis, que acessam uma 'psique' que eu tive de encontrar durante um período da vida para interpretar, mas faz parte do ofício. Então, está tudo bem. Às vezes, é um pouco difícil, sim, mas nada é incontrolável.
Estava num país onde o nudismo é culturalmente uma forma de expressão, sem transgredir nenhuma lei. Eu me senti simplesmente confortável para viver aquela situação e, como já viajava há três meses, achei que a publicação não fosse ter tal repercussão pelo fato de vivenciar aquela cultura há muito tempo. Talvez não tenha me ligado que a maior parte do meu público é brasileiro e, de repente, isso causou algum desconforto ou impacto, mas não me arrependo, não. Acho que a viagem serve para experimentar as culturas, e eu gosto muito de vivê-las. Foi, de fato, uma experiência incrível. Não só a estrela (risos), mas estar lá e absorver a cultura europeia.
Você ter a sua vaidade, o seu cuidado, isso não é um problema, e sim quando se criam e se cobram alguns padrões. Aí fica chato e injusto. Algumas pessoas acabam entrando nesse padrão, mas não deveriam. Acredito que é mais uma questão de bem-estar e autoestima do que de padronização.
Nesse caso, está ajudando. Temos nos comunicado virtualmente, e está rolando, mas nada como um encontro, uma mesa de bar, uma conversa olhos nos olhos, um brinde, um abraço. Ainda precisamos ter cuidado com o momento, mas nunca trocaria uma relação ou contatos virtuais pelos presenciais.
O mais difícil foi, com certeza, quando o meu pai morreu. Estava em cartaz em Campinas com a peça 'Tô Grávida', com a Fernanda Rodrigues, minha comadre, e eu estive em São Paulo no dia anterior ao falecimento. Fui para Campinas, apresentamos, e na madrugada de sexta para sábado ele faleceu. E o mais marcante foi ser escolhido como melhor ator no Festival de Gramado com o filme 'Como os Nossos Pais'. O Kikito é um dos maiores prêmios do cinema brasileiro.
Não! Pelo contrário! Eu já tive relações, mas nunca fui muito de namorar. Foram poucas as vezes, e neste momento estou com a Maria Luiza há dois anos e dois meses.
Acho que em todo relacionamento a gente deve manter o respeito e o carinho pela história vivida com quem quer que seja. Ainda não tive a oportunidade de parabenizá-la mas, assim como eu desejo aos meus amigos e até mesmo afilhados, espero que tenha muita saúde e traga bastante alegria para a família e o casal.
Não faço isso, não. A não ser que seja alguma coisa que eu precise pesquisar, mas, em linhas gerais, não.
Ah, já passei bastante por essas fases nos anos 2000, em que a imprensa tinha um papel muito mais ativo por não termos a internet. Hoje em dia, cada um fala o que está fazendo, se mostra muito, se expõe demais, então, acho que são épocas totalmente diferentes. Naquele tempo, talvez fosse mais difícil lidar com a privacidade e as questões pessoais em relação à exposição, mas atualmente entendo que é mais tranquilo.
Acho que é a idade, né (risos)? Ela passa. Hoje, meu foco é muito mais a respeito do meu trabalho, da minha família, do meu bem-estar, da minha namorada, dos meus amigos. Procuro não deixar as coisas passarem de um ponto de controle como quando a gente é mais novo.
Estão ótimos! Estamos super empolgados e felizes. Um trabalho pelo qual cada um de nós sente muito prazer em estar envolvido, e não somos só nós, não. O coletivo é maior do que nós três. Tem o Carlos Pazetto, a Márcia Fasoli, o Marcelo Sommer e outras pessoas que fazem parte e são fundamentais para a existência do projeto.
Às vezes, é gostoso estar confortável, mas isso não pode ser uma condição absoluta. Acho que os desafios aparecem ou são criados. Acredito que não é uma obrigatoriedade, e há momentos em que é bom ficar tranquilo, calmo, observar o que fazemos e olhar para trás com carinho e sem aquela ansiedade de pôr em prática alguma coisa nova. Simplesmente deixar as coisas fluírem!
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