Vereador Carlo Caiado comparou legislativo atual com o anteriorEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Natural de Goiânia, o presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado (DEM), está na política há mais de 20 anos e exerce atualmente seu quinto mandato. Na semana em que o Legislativo retoma as sessões, Caiado fala, em entrevista ao jornal O DIA, sobre os trabalhos à frente da Casa durante a pandemia, projetos aprovados em benefício da população no atípico período da pandemia, e os desafios para o ano parlamentar que se inicia. O principal deles é o Plano Diretor, que será discutido em pleno ano eleitoral — quando vários colegas devem se candidatar: "Se o vereador não participar, o adversário pode aparecer no bairro dele", destaca o parlamentar.
O DIA: Como o senhor define o papel de um vereador?
CAIADO: Aprovar leis, fiscalizar e intermediar as necessidades do cidadão para atendê-las. O governo anterior cortou agentes das clínicas de família; hoje, buscamos colocá-los lá de volta. Nosso maior poder é a interlocução política para que as coisas aconteçam, dialogando com a sociedade e garantindo serviços públicos à população.
E quais são as maiores demandas dos cariocas atualmente?
Saúde, educação e transporte público — hoje o tendão de Aquiles do Rio. A Câmara aprovou a bilhetagem eletrônica, e agora temos reuniões a cada 15 dias com a presidente do BRT e com a Comissão de Transportes. Temos que ampliar esse diálogo às linhas de ônibus.
Como a Câmara contribuiu para mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19?
Trabalhamos para fazer a cidade sobreviver, viver e prosperar. Recuperamos a confiança e a estabilidade do Rio, resgatando investidores e os índices de empregabilidade. A Câmara aprovou uma lei, sancionada pelo prefeito, para as crianças receberem reforço escolar. Vamos interagir com os pais, fazer audiências públicas. Ainda nos tornamos a primeira Casa Lixo Zero e estamos implementando um novo site.
Quais os planos para a sede da Câmara? Já se falou em uma mudança temporária para o Palácio Tiradentes, da Alerj.
Foi feita uma análise muito técnica por uma comissão que criamos, e a conclusão foi que o esvaziamento do Palácio Pedro Ernesto para a reforma seria muito custosa. Vimos que não valeria a pena todo o investimento para atender a necessidade da produtividade da Casa, então optamos pela solução mais barata: vamos continuar na nossa sede, fazendo o retrofit aos poucos.
No começo do ano passado, muitos projetos foram criticados por serem inconstitucionais, mas isso mudou. O que foi feito?
A criação do Colégio de Líderes, um dos ganhos da minha experiência na Alerj, influenciou muito. Com as reuniões, a diversidade de bancadas participa das decisões da presidência, aumentando o consenso. Também assinamos um convênio com a OAB, para ajudar o parlamento a aperfeiçoar projetos. Há uma interação permanente de advogados com nossos técnicos.
Vários colegas seus serão candidatos. Quais as expectativas para a votação do Plano Diretor?
O Plano, indiretamente, favorece o parlamentar, mesmo candidato. Ele envolve todos os bairros e incentiva os vereadores a participar. O presidente da Comissão (Rafael Aloisio Freitas) vai a campo a todas às localidades. Se o vereador não participar, o adversário pode aparecer no bairro dele.
Como o senhor tem atuado para a questão da Estação Gávea, da Linha 4 do Metrô, ser resolvida?
Buscamos uma interlocução política para um desfecho judicial ou administrativo, por meio do governador. Com as audiências públicas, a ideia era aplicar o dinheiro da Lava-Jato nas obras, e a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta do governo com o Ministério Público para liberar o canteiro. Hoje, temos reunião com o secretário estadual de Transportes.
Já se falou no seu nome como conselheiro do TCM, prefeito, o senhor já passou pela Assembleia… qual o próximo passo?
Como deputado, tive uma experiência boa. Mas meu futuro é ser prefeito um dia. A prioridade era do Eduardo Paes: se ele se ele não fosse candidato, seria eu. A Casa ajuda bastante nesse processo. Sendo o chefe de um poder, você ganha projeção em toda a cidade, não apenas no seu nicho. O caminho é ser o sucessor do Eduardo.
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